A revista Veja desta semana traz um excelente artigo de um jornalista especializado em Educação, Gustavo Ioschpe, dissecando os investimentos chineses em Educação. Se repararam eu já havia postado neste blog várias reportagens do mesmo jornalista sempre sobre o mesmo tema que, também, sempre foi o meu preferido.
Ao longo de breves onze páginas, o jornalista traça parâmetros com bases numéricas sempre muito bem esclarecidos o que nos leva a conclusões óbvias mas que insistem em não serem urgentes em nossa atenção. Por que insisto em "nossa"? Porque somos nós que elegemos e esquecemos de fiscalizar o trabalho dos congressistas que regulam, por força de Constituição, a destinação do orçamento, os "dinheiros" que fazem as coisas, dentre elas a Educação, funcionar em nosso país.
Ressalto, contudo, que a mesma revista dedica apenas onze páginas a essa excelente matéria ao mesmo tempo que, logo após, reserva dezenove, portanto oito a mais, com fotografias excelentes e convidativas, acerca do Futebol, isso mesmo, sempre o futebol que nos retém, segundo um grande amigo, na condição eterna de país promessa de futuro.
Volto a questão principal. O motivo pelo qual alguns, não todos, ainda tem a capacidade de se indignar, é que, ao longo de anos, a sociedade, como um todo, nunca quis se interessar por política. Aliás uma forte herança portuguesa reforçada como já coloquei aqui, pela Igreja Católica e Estado no nascer da República..."Coisas do Estado e da Igreja não se discutem" que redundou em "Religião, política e futebol não se discute!!". Alguém lembra de já ter ouvido isto?
Pois é, em nossa galharda mania de mantermo-nos alheios a coisas importantes, jamais nos interessamos em acompanhar deliberações do Legislativo e medidas provisórias do Executivo. Resultado: Hoje não é viável se investir mais do que se tem em Educação. Aliás, Educação e Saúde são as pastas que mais recebem orçamento e as que menos sofrem contingenciamentos (convém pesquisar esse termo para começar a se interessar um pouco em política).
Outra distração da sociedade foi sobre CPMF. Ali poder-se-ia perceber o quão anacrônica é nossa matriz tributária, ou seja, com trilhões de reais arrecadados ao ano, o governo precisa, desesperadamente, repito, desesperadamente, dos quarenta bilhões mensais da CPMF. Ora, isso só chama a atenção e remete a curiosidade a quem se dispõe a entender um pouco, ou seja, procurar entender mais de política.
A divisão do Estado do Pará, os royalties do pré-sal, o cabresto que a presidente impõe nos seus aliados e sufocamento que dá na oposição, tudo isso tem a ver com a nossa anacrônica gestão tributária e orçamentária.
Como nenhum presidente, desde Sarney -já se vão mais de vinte e cinco anos- não se interessa em levar a proposta de reforma tributária adiante, não haverá saída ou futuro para os problemas mais sérios em nosso país.
Assim, amigos, para se entender um pouco o motivo pelo qual a Educação no país não funciona, tem que procurar se entender acerca de Lei de Responsabilidade Fiscal que proíbe, por decorrência, as prefeituras e governos gastarem além de um limite de arrecadação em salários de professores e estrutura educacional e em licitações para aquisição de material.
Da mesma forma vale a pena se interessar, também, por Fundo de Participação de Estados e Municípios, que faz com que tudo o que se arrecada não retorne no mesmo volume e frequência ao município que quer melhorar, a título de exemplo, seu ensino.
Por fim, dar-se o trabalho de conhecer e cobrar de seu deputado eleito, acerca da Reforma Tributária.
Da mesma forma vale a pena se interessar, também, por Fundo de Participação de Estados e Municípios, que faz com que tudo o que se arrecada não retorne no mesmo volume e frequência ao município que quer melhorar, a título de exemplo, seu ensino.
Por fim, dar-se o trabalho de conhecer e cobrar de seu deputado eleito, acerca da Reforma Tributária.
Enfim, amigos, venho procurando lhes disponibilizar vários artigos ao longo do ano que fazem parte de um contexto maior que lhes ajuda a entender o quão complexo é o nosso país, o quão falimentar é nossa gestão pública e o quão anômica é a vontade e participação do cidadão na defesa dos interesses da coletividade.
Estimulo a leitura da revista, todavia.
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