Desmonte de aviões abandonados abre espaço em grandes aeroportos

Bruno Rosa

O Globo

Na primeira etapa, estão três Boeings da VarigLog, em recuperação judicial

Aviões abandonados de companhias aéreas como Varig, Vasp e Transbrasil não farão mais parte do cenário dos aeroportos do Brasil. Ontem, a Corregedoria Nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), começou a desmontar as aeronaves "esquecidas" no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão-Antonio Carlos Jobim). Nessa primeira etapa, estão sendo desmontados três Boeing 727-200 que pertencem à VarigLog, atualmente em recuperação judicial.

A ação faz parte do programa Espaço Livre Aeroportos, uma parceria da CNJ com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Infraero. Esse trabalho no Rio de Janeiro deve ser concluído em três dias, com a entrega da sucata à própria VarigLog e a liberação do espaço no aeroporto, ocupado há oito anos pelos aviões velhos.

Existem 57 aviões abandonados no país

No Galeão, ainda há outras dez aeronaves abandonadas - metade pertencente à Varig. O restante são de companhias como Vasp e Fly. O Aeroporto Santos Dumont sofre com o mesmo problema. No local, também há três aeronaves de pequeno porte abandonadas, que pertenciam a empresas regionais de aviação.

Segundo o juiz auxiliar da Corregedoria do CNJ e coordenador do programa, Marlos Melek, a expectativa é que as aeronaves do Galeão sejam desmontadas até setembro de 2012. No Brasil, existem 57 aeronaves de grande porte abandonadas em diversos aeroportos.

No Rio, a operação é custeada pela TAP M&E, de manutenção, pois as aeronaves abandonadas acabavam tirando espaço da empresa, que não conseguia receber mais aviões para manutenção por falta de espaço.

- Essas aeronaves ocupam um espaço que poderia ser aproveitado pela Infraero e pela sociedade. Até fevereiro de 2012, por exemplo, vamos devolver 10% do Aeroporto de Congonhas à Infraero. Isso vai acontecer porque serão desmontadas três aeronaves da Vasp. Vamos fazer um leilão de um quarto avião da Vasp, com valor inicial de R$100 mil - explicou Melek.

A próxima etapa deve ser o desmonte de sete aviões pertencentes à massa falida da Varig, parados nos aeroportos do Galeão e de Manaus (AM).

- Estamos em um trabalho para que juízes participem da ação. Só é possível desmontar um avião com autorização judicial - disse Melek.

Outro pilar são os 118 aviões abandonados de pequeno porte - a maior parte usada no tráfico de drogas. Segundo Melek, a meta é que todos os aviões sejam cedidos ao poder Judiciário até setembro de 2013.

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