segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ideias descartáveis

O artigo trata de preservação ambiental e coleta seletiva.
Cabe ressaltar, todavia, o custo que será da gasolina ao cidadão se deixarmos de ter sacolas plásticas.
Se não houver entendimento acerca da cadeia produtiva do petróleo que se finaliza com sacolas plásticas e o preço que a gasolina e o diesel chegarão se esse subproduto for subtraído da cadeia produtiva não se conseguirá bons frutos nessa política.
Ou seja, menos sacolas plásticas menor será a capacidade de se produzir gasolina barata, pois como o plástico fica no caminho da destilação fracionada do petróleo, este ao deixar de ser comercializado aumenta o custo do produto final, gasolina, querozene de aviação, diesel etc. Imaginem os produtos e serviços que dependem desses comburentes em nossa economia. Imaginem o aumento deles no custo de vários produtos transportados, nos três principais modais de transporte -rodoviário, aéreo e aquaviário- ao longo do país.
Proteção ao meio-ambiente tem seus custos, e já estamos transitando no limite máximo de controle da inflação.
Há que se pensar nos desdobramentos. Politicamente correto, contudo pesa demais no bolso.

Ideias descartáveis 

VINICIUS MOTA
FOLHA DE SP


Grandes supermercados, o governo paulista e a prefeitura da capital se uniram para salvar o planeta. Três gigantes do varejo vão transferir para você, consumidor, o custo, que era deles, de acondicionar as compras. 

A partir de janeiro, comprometeram-se a não mais oferecer de graça as sacolinhas plásticas. Vamos pagar aos supermercados pelas sacolas do bem, reutilizáveis ou biodegradáveis. 

Ai de quem reclamar. Prometem-se campanhas que vão transformar caixas de lojas em ativistas do Greenpeace. "É um preço modesto, senhor, para salvar a tartaruga marinha e desentupir nossos bueiros." Imaginemos que o plano dê certo e que todos passem a usar sacolas carimbadas pelo politburo verde. Um dos efeitos será o aumento relevante das vendas de sacos plásticos "do mal" para guardar o lixo doméstico. Aconteceu em cidades que adotaram essa prática. 

Do outro lado, o plástico "verde", que se degrada por exemplo em dois anos, lança o carbono de que era composto na atmosfera, atiçando o efeito estufa. A baleia jubarte terá menos sacolas para engolir, mas o Ártico vai derreter mais cedo. 

Racionalizar o uso de produtos danosos ao ambiente é justificável. Mas o volume desses resíduos será sempre acachapante no Brasil, destinado a elevar o nível de bem-estar de 200 milhões de pessoas. 

Sem coleta seletiva e reciclagem, a degradação ambiental estará assegurada por décadas. Pouco importa se o plástico é "do bem" ou "do mal". Se for 100% recolhido e reciclado, não vai parar no estômago do peixe-boi nem na boca de lobo da avenida Pompeia. 

São Paulo recicla menos de 1% de seu lixo. Em vez de lidarem com esse vexame, fruto da incompetência de sucessivas gestões, a prefeitura e o governo estadual preferem uma pantomima ecologicamente correta que pouco resolve.
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