Ao sair hoje para minha caminhada deparei-me com um caminhão diferente da Comlurb da Prefeitura do Recife que nunca tinha visto.
Um engenheiro e quatro funcionários tentavam desentupir uma galeria de águas fluviais com uma mangueira de alta pressão sem sucesso.
Encostei e comecei a perguntar ao engenheiro sobre a funcionalidade do caminhão, gentilmente ele me explicou, apesar da pressa. Enquanto os funcionários retiravam a mangueira ele comentou sobre o problema de meu prédio onde a água está fétida. Mostrou-me a invasão da saída de esgoto na rede fluvial, sendo o problema. Mais adiante falou-me de dois prédios em construção os prováveis vilões do problema no trecho inteiro do quarteirão. Ele iria acionar a DIRCON também da Prefeitura.
Perguntei-lhe quantos caminhões daqueles havia: Três na Prefeitura e outros tantos na COMPESA, empresa das águas, esgotos etc.
Estimei-lhe problemas de funcionalismo, orçamento, enorme demanda. Falei-lhe acerca das ruas na vertical (alguns posts neste blog com o mesmo nome). Ele começou a ficar espantado somente aquiescendo a medida que eu prosseguia com minhas "impressões". Estimei, também, se o engarrafamento, em pleno meio da manhã tinha a ver com solo cedido devido a infiltração de redes fluviais. Novamente ele aquiesceu.
Comecei a falar da responsabilidade do cidadão com lixo nas ruas. Falei dos catadores e os danos que eles fazem ao estourar sacos de coleta seletiva -apesar de muitos politicamente corretos acharem serem eles "agentes do meio-ambiente"-. Novamente ele concordava atônito.
Enfim, apressado ele me informou que a cidade do Recife tem, somente, trinta por cento do sistema de esgoto em plena funcionalidade e que a maioria está próxima ao colapso. Essa, de fato, me assustou, afinal somos uma grande capital no Brasil e nordeste, mas ele insistiu que, ainda assim, estamos próximos ao colapso e o problema advém, na expressiva maioria, de lixo nas ruas. Comércio ambulante, catadores e falta de educação dos cidadãos seriam os principais vilões? Perguntei. Novamente ele concordou.
Enfim, já de saída pediu-me para sensibilizar o máximo de pessoas que eu conhecesse ou pudesse.
Por fim perguntou se eu era engenheiro. Disse que não. Ele me perguntou como eu acertei tanta coisa como fenômeno e causa. Eu respondi: "É porque leio. Leio muita leitura útil."
Ele arqueou as sobrancelhas, apertou minha mão e seguiu seu caminho.
Bem, o que ele pediu estou fazendo uma vez mais. Não é só o Recife, note-se. Somos apenas 49% de 5565 cidades com saneamento adequado.
De fato, saber que meu Recife está entre os 51%, apesar de desconfiar, me incomodou muito.
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A mim incomoda bastante, amigo Jefferson Como não fazemos parte dos órgãos competentes, pra tentarmos agilizar na problemática funcionalidade no sistema de esgoto, nos resta repassar essa sua postagem pra que mais pessoas se conscientizem de sua parcela de responsabilidade como cidadães que somos.
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