Minha preocupação não é idílica, é real, acontece no dia a dia.
A perda da percepção de valores éticos e sociais está real e contundente.
Estava no trânsito desordenado de Boa Viagem no Recife, em um horário normal seguindo ordeiramente dentro dos limites da fila de minha faixa. O trânsito estava lento pela contumaz falta de respeito às leis e ao próximo. Carros, ônibus e caminhões bloqueando cruzamentos já cientes de que não conseguiriam prosseguir ainda no sinal verde, o que dirá do amarelo. O primeiro limite de uma lei federal e do bom-senso sendo sumariamente desrespeitado.
De repente uma motocicleta aparece do nada e cruza minha frente em busca de um espaço entre carros, andando, que melhor lhe aprouvesse. Outro desrespeito à lei federal que permite, apenas, com carros parados. Mas dizer o quê para motoqueiros, vetores da falta de educação social ambulante. O pior, este tinha no capacete "Propriedade de Jesus". Enfim, mais um cristão utilitário.
O freio do carro a frente foi repentino e o meu, graças a reflexo de piloto, evitou o pior, mas não a encostada na traseira da moto sem dano aparente. O jovem dá um chute no pára-choque do carro, levanta a viseira cristã (com frase tão angelical) e me oferece o melhor de sua péssima educação familiar e social.
Por estar, tipo assim, sapo no caldeirão a ferver, aquilo não me alterou posto, inclusive, a compleição de gafanhoto do jovem entregador.
O que mais me revoltou foi a indiferença de dois guardas de trânsito na calçada, a menos de dois metros do ocorrido. Baixei o vidro, apontei para o jovem e, em um enorme favor, fui agraciado com uma virada de costas. Como estava muito atrasado para meu compromisso, absorvi remoendo, todavia, a má sorte de vivenciar permissividade e desrespeito social em profusão.
Qual seria a solução de um evento onde cidadão e representante legal do Estado estão com suas percepções absolutamente impregnadas, maculadas, de toda sorte de desmandos, desrespeito e falta ética no seu vivenciar de sociedade?
Por vezes, aliás, muitas vezes, me sinto marciano em meu próprio bairro, estado, país, planeta.
Quero ir embora p'rá Passargada! Disseram-me que lá, pelo menos, seria amigo do Rei, na esperança de que um guarda real, ao invés de me ignorar por completo pudesse ao menos perguntar: "Tudo bem com o senhor, cidadão?!?!"
Caro Jefferson Santos, realmente é um texto excepcional, parabéns! Infelizmente essa é a realidade que se encontra o nosso país, onde quem era pra ser chamdo de autoridade, hj não tem o mérito nem de estar vestido com seus devidos uniformes, sempre ouviu-se dizer que gentileza gera gentileza, eu costumo dizer que corrupção gera falta de educação. Antigamente os pais educavam os filhos... Se um dia o Brasil tiver mudanças na educação, os filhos passarão a educar os pais. Só nos resta o otimismo em acreditar que esse dia irá chegar. Abraço.
ResponderExcluirSe Passargada existe, tbm quero ir pra la, pois aqui nao vejo solucao, estamos atrasados anos luz no quesito EDUCACAO, infelizmente so me resta pensar que um dia conhecerei Passargada mesmo que nao seja pra ser amiga do Rei, mas ser respeitada como cidada.
ResponderExcluirComandante compartilho sua indignação e parabénizo sua tranquilidade , não entrando nessa energia quaotica e nada construtiva . Sei que o Sr. como ninguem entende da necessidade urgente na educação , então melhor formação profissional . O que falar ... a não ser, pedir , paciência e perseverança com seu trabalho que ajuda a abrir os olhos fechados de quem vê mas não quer enxergar , aqueles que poderiam ajudar , exigindo mudanças para a existencia de um universo positivamente construtivo e altruista ... os interessados . Bom domingo comandante p.s. ainda não entendi como responder estas mensagens então firmo seu amigo Felipe Penha
ResponderExcluir