Precisamos nos livrar de alguns paradigmas que são clássicos, fundamentais e "compulsórios" em qualquer conversa, curso acadêmico, apresentação de consultores, processos de recrutamento e de seleção etc etc
Um deles é que a evolução da informática (informação automática) traria todo tipo de solução e de desenvolvimento fluido a qualquer processo de gestão (que os livros corporativos insistem em colocar como "estratégica" seja qual origem ou nível estiver sendo praticada).
A questão básica está em entender o que é idiossincrasia e como a praticamos em nosso país. Somos cartorialistas, de forte e inexorável herança portuguesa. Não há como correr, qualquer evento contratual, de celebração pública ou privada, requer o indefectível carimbo e um garrancho tido como rubrica.
A revista Exame (# 7, 18 abr 12) dá conta de uma breve reportagem do jornalista Márcio Hroehn dando conta do espetacular filão de empresas contratadas para arquivar documentos. Cerca de 70 faturaram no ano de 2011 R$ 1,2 bilhão. Vou repetir quase soletrando? 1,2 bilhões de reais somente para guardar papéis.
De acordo com ele, com base em um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Documentos (vejam amigos, o negócio é tão sério, profuso e contundente que eles possuem "Associação") 90% dos documentos arquivados nunca são requeridos, cerca de 37% das cópias impressas poderiam ser, apenas, digitalizadas e, também, cerca de 30% do que é guardado poderia ser eliminado.
Perceberam o peso de nossa contumaz e indefectível burocracia? Entendeu o que o escritor de livro corporativo escreve, serelepe, como solução fácil trazida pela revolução da internet por vezes (via de regra, melhor dizendo) não "calça" na morena idiossincrasia de Terra Brasilis? Entendeu um dos atores do chamado Custo Brasil? Entende, agora, porque digo que o que nos separa do primeiro mundo não são as dificuldades estruturais e sim nossa "cabeça"?
Como diz o jornalista: "Só no Brasil"...."Deixa ver o povinho..."
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