segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A importância e os problemas das PMEs na América Latina


O Estado de S. Paulo


Entre muitos outros compromissos, os chefes de Estado e de governo ibero-americanos que se reuniram recentemente na cidade espanhola de Cádiz assumiram o de apoiar as pequenas e médias empresas, por verem nelas papel fundamental para aumentar a produtividade e a competitividade das economias nacionais nesse período de crise. Secretário-geral da 22.ª Cúpula Ibero-Americana realizada há pouco na Espanha, o ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Enrique Iglesias, afirmou que esta foi "a cúpula das micro, pequenas e médias empresas".

São pouco conhecidos os efeitos práticos das declarações dos participantes dessas reuniões e dos compromissos que costumam anunciar no encerramento. No caso das pequenas e médias empresas (PMEs) latino-americanas, no entanto, a atenção especial que lhes foi dada pelos governantes e o fato de terem merecido um estudo específico da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram, pelo menos, que seu papel na geração de empregos e na sustentação do crescimento começa a ser devidamente valorizado. Do mesmo modo, seus problemas comuns começam a ser reconhecidos e estudados, o que pode ser o primeiro passo para sua solução.

O estudo conjunto da Cepal e da OCDE mostra que, na América Latina - como no Brasil -, as PMEs representam a esmagadora maioria das empresas (99% do total), geram a maior parte dos empregos (67%), mas respondem por apenas cerca de 20% do PIB, só têm acesso a 12% do crédito e enfrentam dificuldades para contratar mão de obra qualificada. Ainda assim, segundo o estudo, elas são "atores-chave para aumentar o crescimento potencial da América Latina". São, também, essenciais para reduzir a pobreza e a desigualdade.

Exemplos de políticas específicas para as PMEs que apresentam resultados positivos, como algumas adotadas pelo Brasil e pelo México, são citados no estudo. Mas sua conclusão é de que, nos países latino-americanos em geral, são necessárias políticas que estimulem e apoiem a inovação, facilitem os financiamentos e deem acesso a tecnologias de informação e comunicação para torná-las mais competitivas, entre outras.

Entre as boas iniciativas brasileiras de apoio às PMEs, o estudo cita o programa de inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), mas observa que esse programa, como os semelhantes executados em outros países da região, precisam ser ampliados. Fala-se muito em inovação, mas ainda há uma grande carência de recursos para torná-la realidade entre as PMEs.
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