quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Hacker revela no Rio como fraudou eleição

Amigos, eis-lhes um assunto maiúsculo e urgente que requer mobilização social.
Para consideração, reflexão e ação.





O Globo - 11 de dezembro de 2012

Um novo caminho para fraudar as eleições informatizadas brasileiras foi
apresentado ontem (10/12) para as mais de 100 pessoas que lotaram durante
três horas e meia o auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do
Rio de Janeiro (SEAERJ), na Rua do Russel n° 1, no decorrer do seminário “A
urna eletrônica é confiável?”, promovido pelos institutos de estudos
políticos das seções fluminense do Partido da República (PR), o Instituto
Republicano; e do Partido Democrático Trabalhista (PDT), a Fundação Leonel
Brizola-Alberto Pasqualini.

Acompanhado por um especialista em transmissão de dados, Reinaldo Mendonça,
e de um delegado de polícia, Alexandre Neto, um jovem hacker de 19 anos,
identificado apenas como Rangel por questões de segurança, mostrou como --
através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no
Rio de Janeiro, sob a responsabilidade técnica da empresa Oi – interceptou
os dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio
desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modificou resultados
beneficiando candidatos em detrimento de outros - sem nada ser oficialmente
detectado.

“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo
transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram
transmitidos, atuamos. Modificamos resultados  mesmo quando a totalização
está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais
como atuava para fraudar resultados.

O depoimento do hacker – disposto a colaborar com as autoridades – foi
chocante até para os palestrantes convidados para o seminário, como a Dra.
Maria Aparecida Cortiz, advogada que há dez anos representa o PDT no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assuntos relacionados à urna
eletrônica; o professor da Ciência da Computação da Universidade de
Brasília, Pedro Antônio Dourado de Rezende, que estuda as fragilidades do
voto eletrônico no Brasil, também há mais de dez anos; e o jornalista
Osvaldo Maneschy, coordenador e organizador do livro Burla Eletrônica,
escrito em 2002 ao término do primeiro seminário independente sobre o
sistema eletrônico de votação em uso no país desde 1996.

Rangel, que está vivendo sob proteção policial e já prestou depoimento na
Polícia Federal, declarou aos presentes que não atuava sozinho:
fazia parte de pequeno grupo que – através de acessos privilegiados à rede
de dados da Oi – alterava votações antes que elas fossem oficialmente
computadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

A fraude, acrescentou, era feita em beneficio de políticos com base
eleitoral na Região dos Lagos – sendo um dos beneficiários diretos dela, ele
o citou explicitamente, o atual presidente da Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB). A deputada
Clarissa Garotinho, que  também fazia parte da mesa, depois de dirigir
algumas perguntas a Rangel  - afirmou que se informará mais sobre o assunto
e não pretende deixar a denúncia de Rangel cair no vazio.

Fernando Peregrino, coordenador do seminário, por sua vez, cobrou
providências:

“Um crime grave foi cometido nas eleições municipais deste ano, Rangel o
está denunciando com todas as letras -  mas infelizmente até agora a Polícia
Federal não tem dado a este caso a importância que ele merece porque  ele
atinge a essência da própria democracia no Brasil, o voto dos brasileiros” –
argumentou Peregrino.

Por ordem de apresentação, falaram no seminário o presidente da FLB-AP, que
fez um histórico do voto no Brasil desde a República Velha até os dias de
hoje, passando pela tentativa de fraudar a eleição de Brizola no Rio de
Janeiro em 1982 e a informatização total do processo, a partir do
recadastramento eleitoral de 1986.

A Dra. Maria Aparecida Cortiz, por sua vez, relatou as dificuldades para
fiscalizar o processo eleitoral por conta das barreiras criadas pela própria
Justiça Eleitoral; citando, em seguida, casos concretos de fraudes ocorridas
em diversas partes do país – todos abafados pela Justiça Eleitoral. Detalhou
fatos ocorridos em Londrina (PR), em Guadalupe (PI), na Bahia e no Maranhão,
entre outros.

Já o professor Pedro Rezende, especialista em Ciência da Computação,
professor de criptografia da Universidade de Brasília (UnB), mostrou o
trabalho permanente do TSE em “blindar” as urnas em uso no país, que na
opinião deles são 100% seguras. Para Rezende, porém, elas são "ultrapassadas
e inseguras". Ele as comparou com sistemas de outros países, mais
confiáveis,  especialmente as urnas eletrônicas de terceira geração usadas
em algumas províncias argentinas, que além de imprimirem o voto, ainda
registram digitalmente o mesmo voto em um chip embutido na cédula, criando
uma dupla segurança.

Encerrando a parte acadêmica do seminário, falou o professor Luiz Felipe, da
Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que em 1992, no segundo
Governo Brizola, implantou a Internet no Rio de Janeiro junto com o próprio
Fernando Peregrino, que, na época, presidia a Fundação de Amparo à Pesquisa
do Rio de Janeiro (Faperj).
Luis Felipe reforçou a idéia de que é necessário aperfeiçoar o sistema
eleitoral brasileiro - hoje inseguro, na sua opinião.

O relato de Rangel – precedido pela exposição do especialista em redes de
dados, Reinaldo, que mostrou como ocorre a fraude dentro da intranet, que a
Justiça Eleitoral garante ser segura e inexpugnável – foi o ponto alto do
seminário.

Peregrino informou que o seminário  será transformado em livro e tema de um
documentário que com certeza dará origem a outros encontros sobre o mesmo
assunto - ano que vem. Disse ainda estar disposto a levar a denuncia de
Rangel as últimas conseqüências e já se considerava um militante pela
transparência das eleições brasileiras:
“Estamos aqui comprometidos com a trasnparência do sistema eletrônico de
votação e com a democracia no Brasil”, concluiu. (OM)
.

2 comentários:

  1. face a fraude devidamente cpomprovada, só resta o TSE, IVALIDAR O PLEITO PASSADO EM TOTUM.
    BRASILEIROS ELEITORES FORAM TRANSFORMADOS EM PALHAÇOS.

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  2. Quem sabe também não é a hora de avaliar o resultado da última eleição presidencial?

    ResponderExcluir

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