quarta-feira, 1 de junho de 2011

UM INIMIGO MORTAL

Mais um dos temas fundamentais que carecem de imediata e séria atenção de nosso Congresso que segue discutindo Palocci, Kit antihomofobia, discriminação linguística dentre outros temas inoportunos quando não risíveis.


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JORNAL DO COMMERCIO (PE)


O Brasil está perdendo a guerra das drogas e acaba de entrar no campo de batalha mais um inimigo mortal. Ele vem fazendo baixas desde os anos 80, primeiro no Acre, depois em outros Estados do Norte, e agora em todo o País. O nome desse inimigo mortal é óxi, tirado do verbo oxidar, um derivado da cocaína – assim como o crack – mais barato e com efeitos que impressionam até aos mais experientes profissionais da área médica que cuidam de viciados em drogas. O que essa droga significa para o Brasil pode ser extraído das cenas documentadas nas ruas de Rio Branco, capital do Acre, aonde ela chegou procedente do Peru e da Bolívia. O que se diz é que há, naquela capital, uma geração de zumbis muito próxima desses filmes de terror que chegam com frequência a nossos cinemas, antecipando cenas de um apocalipse. 

Essa óxi consolida-se num mercado de drogas lícitas - cigarro e álcool - e da variada oferta de drogas ilícitas, da cocaína e seus derivados, maconha, skunk, haxixe, anfetaminas, metanfetaminas, ecstasy, heroína, morfina, codeína, heroína sintética, fenilciclidina - singelamente conhecida como pó de anjo ou poeira da lua - e por aí vai. Isto é: estamos perante um grande shopping de degradação e morte, com imprevisível repercussão no futuro da nação - quando o presente já é inaceitável, intolerável. Esse futuro sombrio tem que ser moldado com toda a gravidade que representam essas drogas para a nação, e não apenas para seus usuários. O mal que fazem as drogas representa luto para as famílias, degradação para a juventude, repercute no trabalho da polícia e nos hospitais, com um altíssimo custo para os cofres públicos. Significa dizer: no lugar de obras sociais capazes de melhorar a qualidade de vida de todos, boa parte dos tributos que a sociedade paga é dirigida a esse combate feroz em que nossas tropas estão desorganizadas e não há qualquer sinal de que poderemos vencer a batalha na forma com que ela é comandada.

Do que temos certeza absoluta é que não há mais como enfrentar esses inimigos que conquistam principalmente nossa juventude – isto é, o futuro do País – com as ações dispersas que são adotadas hoje, aqui e mais adiante na perspectiva local, circunstancial, quando o problema implica numa política pública nacional arrojada, radical. Os testemunhos sobre a ação do Oxi são estarrecedores. Mais ainda quando se sabe que se trata de uma droga feita a partir dos resíduos, ou lixo, da cocaína, cal virgem, querosene ou gasolina, insumos que permitem a fabricação doméstica de fácil acesso e efeitos devastadores, com relatos de mortes no Norte e Nordeste, agora acionando o alarme em Estados do Sul e Sudeste. Desta forma, esse é um problema que deve ser encarado como uma epidemia mais grave que qualquer outra doença transmissível que pode ser combatida com vacinas. O processo de corrosão do organismo se inicia no primeiro uso da droga e a morte vem mais rápida que qualquer outra conhecida até hoje. É, ou não, motivo para um alarme nacional?
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