quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

BRASIL NÃO COMPETITIVO

Nos últimos dez anos Dilma foi ministra dos dois principais ministérios do Executivo (Infra-Estrutura e Casa Civil) e presidente. 
Uma carga tributária assustadora (mais do 38% do PIB) e records de arrecadação do Fisco a cada ano seguido, nos últimos dez anos.
São dez anos de quase total liderança em 5 565 municípios (em média de 80%) de prefeitos e vereadores da base aliada ao PT.
Como isentá-los de responsabilidade? E a sociedade, permanecerá em seu "suplício de Sísifo" reclamando sempre do "outro", ou de desigualdade, ou de educação e ligados na novela, futebol, BBB, UFC e com medo nas ruas, nos apagões, enchentes etc etc.
Mais do que uma ladainha, virou um mantra de sociedade sem vergonha.

Brasil não competitivo.

EDITORIAL
FOLHA DE S. PAULO


Entraves como carga tributária excessiva e mão de obra desqualificada fazem país perder na comparação com outros emergentes

Mais um ano termina sem que o Brasil consiga melhorar sua posição em matéria de competitividade internacional, como mostra uma classificação de países emergentes elaborada por iniciativa da Confederação Nacional da Indústria.
Entre as 14 nações consideradas, o Brasil aparece em 13º lugar, mesmo patamar que alcançara na pesquisa de 2010. A Argentina ficou com o último lugar em ambos os levantamentos.
O estudo mede o potencial competitivo de países com características semelhantes na disputa pelo mercado externo. Custo da mão de obra e do capital, infraestrutura e peso dos tributos estão entre os 16 aspectos avaliados.
O péssimo desempenho do Brasil no ranking e o fato de não ter avançado nenhuma posição nos últimos dois anos já são motivos suficientes para consternação. O cenário fica ainda mais decepcionante, contudo, quando se observa quais países obtiveram resultados melhores na pesquisa.
Não seria o caso, decerto, de frustrar-se com os líderes dessa classificação de competitividade. Canadá, Coreia do Sul, Austrália, China e Espanha, os cinco primeiros colocados, levam larga vantagem sobre o Brasil em itens cruciais como educação, infraestrutura e tecnologia. Não há como promover grandes progressos nesses pontos nevrálgicos em dois anos.
Mas o que dizer da Índia, que passou da 11ª para a sexta colocação de um levantamento para o outro? Por que o Brasil não consegue reproduzir, mesmo que em proporções menores, o salto de competitividade do país asiático?
Mesmo que, por seu caráter excepcional, a evolução da Índia seja desconsiderada, nem por isso a posição brasileira se mostra menos inquietante. À frente do Brasil ainda estão Chile, África do Sul, Polônia, Rússia, Colômbia e México, economias que dificilmente podem ser consideradas avançadas.
A rigor, a pesquisa da CNI não traz grandes novidades. Apenas reitera a percepção, difundida entre empresários e investidores brasileiros, de que o país não consegue desatar seus nós econômicos.
Desnecessário dizer, a carga tributária sufocante, a infraestrutura deficiente, a mão de obra cara e pouco qualificada e o alto custo do capital são as âncoras que mantêm o Brasil imóvel nesse tipo de comparação internacional.
Alterar essa situação leva mais que dois anos, é verdade. Seria injusto cobrar apenas o governo Dilma Rousseff pelo insucesso. A atual presidente, contudo, é responsável pelas medidas que, adotadas hoje, podem levar o Brasil a um novo patamar. Também quanto a isso, todavia, o futuro não se mostra animador.
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