terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Considerações de um referencial ético aos 74 anos


CONSIDERANDOS
José NOGUEIRA Sobrinho – TCel Esp Av Ref
gonnog@bol.com.br

“A vida é aquilo que acontece enquanto você está planejando o futuro” – John Lennon. Já para a atriz americana Ava Gardner, “a vida seria maravilhosa se soubéssemos o que fazer com ela”. Ora, a vida é maravilhosa exatamente porque acontece e não sabemos o que fazer com ela. E por razão simples: vivemos o tempo presente, de acasos e escolhas, e não o passado, onde mora nossa memória e identidade, e muito menos o futuro, apenas uma possibilidade.  

Hoje, 15 de janeiro de 2013, completo 74 anos de vida lembrando Cícero (“Somente os idiotas lamentam envelhecer”) e Stanislau Ponte Preta (“viver é fácil; saber viver é que é dureza). Na verdade, queria ser engenheiro da Petrobras e nunca imaginei ser soldado (BARF, 1957) e acabar atraído pelo encantamento dos infindáveis segredos da aerodinâmica e da mecânica aeronáutica, as coisas mais belas do mundo, depois das mulheres. 

Até então, só se podia estudar essas matérias na Força Aérea, e mergulhei de cabeça nessa escolha, que o acaso apontou e o tempo, senhor de tudo, confirmou o acerto. Por isso, evito dizer, como Fernando Sabino, que “o diabo desta vida é que entre cem caminhos, temos que escolher apenas um e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove”. Pois o que me tocou o coração adolescente foi o som dos motores, a mecânica tanto engenhosa quanto simples e bela de antigamente e a mística da Fortaleza Voadora B-17, além da farda cáqui, depois azul da cor do céu, da Força Aérea. 

Foram muitas as canseiras para pequenos grandes avanços nos mistérios do avião revelados pela tecnologia. Não é algo que cai do céu, nem se consegue com diletantismo e voluntarismo guiados, quando muito, pelo precário domínio dos fenômenos mais imediatos e observáveis, o lado fácil do saber, que Aristóteles classificou como enganoso. 
Há uma ideia comum, sem pai, de que todo mundo tem uma vocação, mas a carreira é construída a partir de oportunidades, principalmente em um contexto de sobrevivência, de vez que a realidade está sempre à frente do simples desejo. Nesse quadro, ficando tudo o mais por minha conta, devo à FAB a oportunidade do meu feliz encontro com a graxa. Incorporando-me à Força Aérea Brasileira...

Fabianas saudações, Recife, 15 Jan 2013. Reprodução livre.

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