sábado, 19 de janeiro de 2013

Mais Matemática, Português e Ciências

Assunto relevante para as organizações.
A especialista apresenta um cenário geral do sofrível nível de Educação, a partir de uma bem sucedida experiência no Rio. Vale a pena acompanhar, principalmente quando as organizações demandam mão-de-obra com qualificação, entes cada vez mais difíceis no mercado, o que redunda em investimentos em capacitação para preencher lacunas que pertencem ao Estado.


Mais Matemática, Português e Ciências 
CLAUDIA COSTIN
O GLOBO

Os desafios que o Brasil enfrentará para crescer com equidade ficam claros ao se observar os últimos resultados do Ideb, índice nacional que avalia a Educação. Indicam, ainda, que os municípios precisam de ações firmes para percorrer este caminho. Foi o que procuramos fazer no Rio de Janeiro. Em 2009, iniciamos o desafio de dar um salto de qualidade. Já avançamos bastante.

No Ideb 2011, passamos ao 4º lugar entre as capitais, nos Anos Iniciais (1º ao 5º anos). Nos Anos Finais (6º ao 9º anos), as escolas da Prefeitura melhoraram em 22%, refletindo uma nota mais elevada na Prova Brasil e uma redução na evasão escolar e na repetência. Vale a pena lembrar que a melhora no Brasil, nos Anos Finais, foi de 2,5%. A importância dos resultados fica evidente ao observarmos o cenário em 2009: no 5º Ano, apenas 29% das crianças tinham os conhecimentos apropriados para a série, caindo de um patamar de 33% em 2005, além de 28.000 alunos analfabetos funcionais do 4º ao 6º Anos.

Era claro que havia muito a fazer. Como as taxas de analfabetismo funcional diziam que algo estava errado, decidimos enfatizar a alfabetização. Investimos forte na formação do professor alfabetizador, produzimos nosso próprio livro de alfabetização e criamos um pacto para alfabetizar todas as crianças no 1º Ano. Não podemos aceitar que a escola privada alfabetize no 1º Ano e a pública, frente à baixa escolaridade dos pais, deixe para fazê-lo mais tarde.

Criamos o programa Escolas do Amanhã, para unidades em áreas conflagradas, com um ensino inovador de Ciências, centrado em experimentação, um método dinâmico para desfazer déficits de aprendizagem criados pela exposição à violência, além de atividades pós-escola de artes, esportes e reforço escolar. Aqui, também avançamos: um aumento de 33% no Ideb dos Anos Finais, fase em que o tráfico recruta os jovens, e uma queda da evasão de 5,1% (2008) para 3,18% (2011).

Também focamos no reforço. Para os adolescentes, um novo modelo de ensino foi criado, o Ginásio Carioca, com protagonismo juvenil, interdisciplinariedade e Educação baseada em projetos. Produzimos também cartilhas para que os pais acompanhem o dever de casa e as tarefas de férias.

Agora, novos desafios se impõem. Temos que garantir às nossas crianças pelo menos 7 horas de aula por dia, como fazem os países nas primeiras posições no ranking internacional de Educação. Criamos, então, o programa Turno Único, que colocará todas as escolas da rede municipal com 7 ou 8 horas de aula até 2030, com mais tempo de aula de Matemática, Português e Ciências e atividades de artes e esportes. Já ao fim de 2016, teremos 35% dos alunos nestas unidades. O Rio merece!
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