Estive duas vezes na sede deste banco em Washington em breves seminários. Nas duas vezes ouvi especialistas em AL discorrendo sobre questões de desigualdade em termos de desenvolvimento. Só tive a chance de ouvir o Dr Iglesias uma vez, mesmo assim com uma agenda apertadíssima o que fez de sua palestra trinta minutos de muita densidade o que tornou difícil para muitos assistentes formularem perguntas que acompanhassem o seu nível.
Eu tive a chance de fazer uma pergunta no papel com uma demorada resposta de uma de suas assistentes. Eu lhe perguntava o que sempre proponho nas aulas que dava: termos uma dificuldade física de integração: Entre os pólos desenvolvidos de nossos países há, no meio do caminho, uma amazônia, um pantanal, um charco e os Andes. Esse é o ponto crucial que chamo a atenção e, via de regra, os especialistas não contemplam em suas palestras.
É nosso nó amigos. Continuo achando que a integração regional é nossa saída de desenvolvimento equilibrado.
O próprio texto sugere o fato do pres. Lula ter escolhido mercado na África e na Ásia, ao invés de fortalecer a aliança com os vizinhos: Havia a Espanha na equação e agora há a China. Muito forte entre nossos países, os sino-asiáticos agora detém a maioria das ações do Canal do Panamá. Uma olhada mais além nos arroubos neo-bolivarianos dos líderes atuais já demonstra que há uma preparação paulatina e muito forte para a penetração e prevalência dos chineses em nosso continente em detrimento ao nosso desenvolvimento.
Este, para mim, é o principal risco da ideologia nos negócios de Estado, apesar de perceber-se que, no fundo, há mais interesses capitalistas do que possa admitir o ideário revolucionário.
Enfim, é mais um dos bons textos do Dr Iglésias.
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Depois da Crise: Desafios para a América Latina e o Caribe, com Enrique Iglesias
Por Matthew Schewel
13 abr 2010
13 abr 2010
Ex-Inter-American Development Bank presidente Enrique Iglesias, disse que 13 de abril de gestão macroeconómica forte ajudou a maioria das nações latino-americanos a evitar os piores efeitos da crise financeira global, mas pediu aos líderes regionais para não deixar recentes sucessos económicos ir para suas cabeças.
"A crise é imprevisível e a recuperação é imprevisível", disse Iglesias, que é secretário-geral da Cúpula Ibero-americana e um vice-presidente do conselho de administração do Diálogo Inter-Americano de Administração. "Devemos ser cuidadosos para não ser triunfalista e ser humilde", acrescentou ele, dirigindo-se uma sala lotada em um evento co-patrocinado pelo Diálogo e Princeton na América Latina.
Iglesias, que passou mais de 17 anos à frente do BID e é um dos comentaristas mais respeitados sobre a evolução política e econômica na América Latina, disse que a maior razão para o sucesso da região de resistir à recessão económica global é a aceitação generalizada por políticas dirigentes e do público em geral para a necessidade de políticas macroeconômicas estáveis. "Esta dissociação entre a política e a economia é uma conquista muito importante", disse ele, citando o caso do Brasil, onde boa gestão econômica do governo é provável que continue, independentemente de quem vença a eleição presidencial deste ano. Além da necessidade de estabilidade macroeconómica, Iglesias disse que as sociedades latino-americanas tiveram em grande parte chegar a um consenso sobre os benefícios do crescimento económico, os mercados abertos, políticas sociais e da coexistência de Estado e do mercado, que chamou a região de "cinco jóias. "
[...]os líderes de ambos os lados do Atlântico estão começando a olhar para a América Latina como "parte da solução e não parte tanto do problema, que costumava ser", segundo Iglesias. Ele disse que é particularmente o caso da Espanha, onde as empresas que fizeram investimentos significativos na América Latina quando a região foi considerada instável e um caso de "caridade" estão vendo seus negócios internacionais florescer.
Economias latino-americanas devem crescer a uma taxa média de 4 por cento este ano, [...] "É evidente que agora temos dois impactos diferentes na América Latina [região]. Do Panamá até o ciclo E.U., do Panamá para baixo é o ciclo da China", disse ele. Iglesias acrescentou que a América Latina desempenha um papel mais importante na nova ordem econômica, tanto devido à sua composição cada vez mais da classe média e precisam da China para seus produtos.
Iglesias disse que a América Latina ainda precisa de aumentar a produtividade, desenvolver adequadamente o capital humano e uma maior integração regional. [...]
Ele disse que a futura cooperação entre os países da região deve centrar-se em áreas específicas, como infra-estrutura, tecnologia e energia, e instou os críticos não para os esforços de desconto na integração política, como a recentemente anunciada comunitárias da América Latina e das Caraíbas e do bloco de esquerda ALBA, que é composto por países que se opõem aos princípios do livre mercado.[...]
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