sábado, 14 de agosto de 2010

Depois da Crise: Desafios para a América Latina e o Caribe

Estive duas vezes na sede deste banco em Washington em breves seminários. Nas duas vezes ouvi especialistas em AL discorrendo sobre questões de desigualdade em termos de desenvolvimento. Só tive a chance de ouvir o Dr Iglesias uma vez, mesmo assim com uma agenda apertadíssima o que fez de sua palestra trinta minutos de muita densidade o que tornou difícil para muitos assistentes formularem perguntas que acompanhassem o seu nível.
Eu tive a chance de fazer uma pergunta no papel com uma demorada resposta de uma de suas assistentes. Eu lhe perguntava o que sempre proponho nas aulas que dava: termos uma dificuldade física de integração: Entre os pólos desenvolvidos de nossos países há, no meio do caminho, uma amazônia, um pantanal, um charco e os Andes. Esse é o ponto crucial que chamo a atenção e, via de regra, os especialistas não contemplam em suas palestras.
É nosso nó amigos. Continuo achando que a integração regional é nossa saída de desenvolvimento equilibrado. 

O próprio texto sugere o fato do pres. Lula ter escolhido mercado na África e na Ásia, ao invés de fortalecer a aliança com os vizinhos: Havia a Espanha na equação e agora há a China. Muito forte entre nossos países, os sino-asiáticos agora detém a maioria das ações do Canal do Panamá. Uma olhada mais além nos arroubos  neo-bolivarianos dos líderes atuais já demonstra que há uma preparação paulatina e muito forte para a penetração e prevalência dos chineses em nosso continente em detrimento ao nosso desenvolvimento.

Este, para mim, é o principal risco da ideologia nos negócios de Estado, apesar de perceber-se que, no fundo, há mais interesses capitalistas do que possa admitir o ideário revolucionário.
Enfim, é mais um dos bons textos do Dr Iglésias.
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Depois da Crise: Desafios para a América Latina e o Caribe, com Enrique Iglesias
Por Matthew Schewel
13 abr 2010

Ex-Inter-American Development Bank presidente Enrique Iglesias, disse que 13 de abril de gestão macroeconómica forte ajudou a maioria das nações latino-americanos a evitar os piores efeitos da crise financeira global, mas pediu aos líderes regionais para não deixar recentes sucessos económicos ir para suas cabeças.

"A crise é imprevisível e a recuperação é imprevisível", disse Iglesias, que é secretário-geral da Cúpula Ibero-americana e um vice-presidente do conselho de administração do Diálogo Inter-Americano de Administração. "Devemos ser cuidadosos para não ser triunfalista e ser humilde", acrescentou ele, dirigindo-se uma sala lotada em um evento co-patrocinado pelo Diálogo e Princeton na América Latina.

Iglesias, que passou mais de 17 anos à frente do BID e é um dos comentaristas mais respeitados sobre a evolução política e econômica na América Latina, disse que a maior razão para o sucesso da região de resistir à recessão económica global é a aceitação generalizada por políticas dirigentes e do público em geral para a necessidade de políticas macroeconômicas estáveis. "Esta dissociação entre a política e a economia é uma conquista muito importante", disse ele, citando o caso do Brasil, onde boa gestão econômica do governo é provável que continue, independentemente de quem vença a eleição presidencial deste ano. Além da necessidade de estabilidade macroeconómica, Iglesias disse que as sociedades latino-americanas tiveram em grande parte chegar a um consenso sobre os benefícios do crescimento económico, os mercados abertos, políticas sociais e da coexistência de Estado e do mercado, que chamou a região de "cinco jóias. "

[...]os líderes de ambos os lados do Atlântico estão começando a olhar para a América Latina como "parte da solução e não parte tanto do problema, que costumava ser", segundo Iglesias. Ele disse que é particularmente o caso da Espanha, onde as empresas que fizeram investimentos significativos na América Latina quando a região foi considerada instável e um caso de "caridade" estão vendo seus negócios internacionais florescer.

Economias latino-americanas devem crescer a uma taxa média de 4 por cento este ano, [...] "É evidente que agora temos dois impactos diferentes na América Latina [região]. Do Panamá até o ciclo E.U., do Panamá para baixo é o ciclo da China", disse ele. Iglesias acrescentou que a América Latina desempenha um papel mais importante na nova ordem econômica, tanto devido à sua composição cada vez mais da classe média e precisam da China para seus produtos.

Iglesias disse que a América Latina ainda precisa de aumentar a produtividade, desenvolver adequadamente o capital humano e uma maior integração regional. [...]

Ele disse que a futura cooperação entre os países da região deve centrar-se em áreas específicas, como infra-estrutura, tecnologia e energia, e instou os críticos não para os esforços de desconto na integração política, como a recentemente anunciada comunitárias da América Latina e das Caraíbas e do bloco de esquerda ALBA, que é composto por países que se opõem aos princípios do livre mercado.[...]
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