terça-feira, 17 de agosto de 2010

Saneamento, desafio aos presidenciáveis

O texto abaixo trata de saneamento básico como tema a ser abordado nos debates dos presidenciáveis.

Não podia deixar de ser assim, claro está que será o maior desafio, muito antes da educação, da segurança pública, da geração de emprego e renda.


Relembrando que na região amazônica o tipo quatro da dengue já coleciona vítimas fatais e que na Ásia um vírus resistente ao mais forte antibiótico produzido estão se proliferando em meio a locais e região de baixo índice de saneamento. Tais focos são ignitores de pandemias.

É necessário que a sociedade entenda a assuma que este é um assunto de Estado, na mais completa acepção da palavra, pois ela permeia instituições nas três esferas de poder: municipal, estadual e federal.


O saneamento somente chegará aos lares se houver cobranças e fiscalização da sociedade, inclusive os que têm este serviço regular e de qualidade, pois é o primeiro e principal sinal de exclusão social combatida, apenas, no campo da retórica de campanha.

Após sete anos e mais de quinze de partidos e base aliada de esquerda no país esta abjeta situação persiste. Ela tem que mudar nos próximos anos. É fundamental.



Saneamento, desafio aos presidenciáveis
Correio Braziliense - 11/08/2010

O uso da mídia televisiva para colher as tendências ideológicas e os compromissos dos candidatos à Presidência da República se ajusta à perfeição aos regimes de franquias democráticas. Figura entre os mais adequados meios de abrir ao eleitor oportunidade de avaliar e deduzir a melhor opção quando chamado às urnas. Se ganha a coletividade, pelo acesso direto aos planos de quem pretende dirigir a nação, mais ganha o modelo que prestigia o povo como titular da soberania política. 

A entrevista da candidata do PT à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, à TV Globo encaixou-se em debate público indispensável à efetivação de processo eleitoral transparente. As questões econômicas, políticas e sociais assumiram posição destacada. No tocante à economia, acusou o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso pelo baixo crescimento do país. Mirou o problema pelo retrovisor, por certo convicta de que era necessário fazê-lo assim. Mais importante, todavia, seria projetar o futuro em vez de olhar para o passado. 

Entre as diversas perguntas que lhe foram dirigidas, uma tomou feição mais crítica. O saneamento básico foi apontado pelos entrevistadores como um dos problemas deixados ao largo das políticas públicas na gestão Lula. Dilma assegurou, então, que as pesquisas relacionadas ao desempenho do governo em 2010 apresentariam cenário melhor. Não avançou quanto às ações que desenvolveria para resolver o problema. 

A libertação das famílias não atendidas por coleta de esgotos e de dejetos lançados a céu aberto é um dos mais vigorosos desafios ao governo que despontar da eleição de 3 de outubro. A situação desumana, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atinge mais de 48% da população. Causa enchentes, contaminação de mananciais, degradação econômica e sobrecarga dos postos de saúde e centros hospitalares. Note-se que prontos-socorros e hospitais não existem nos aglomerados mais remotos. 

Malgrado a inexistência de estatísticas oficiais, sabe-se que a falta de saneamento guarda estreita relação com os milhares de brasileiros vitimados pela diarreia, dengue, febre tifoide e malária. Arredar de cena o quadro sinistro exige a execução urgente de ações governamentais. Os candidatos ao Palácio do Planalto estão no dever de formular ante o povo o programa que esperam adotar para mudar o cenário trágico. Não ajuda atirar pedras ao passado. É indispensável recolhê-las para construir o futuro.
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