Um dado importante para considerações de muitos segmentos de nossa economia formal.
Ressalto, entretanto, que a densidade demográfica ainda é insipiente e um desafio. Esses índices demográficos, via de regra, encontram-se em bolsões marginais aos centros das grandes cidades onde a infra-estrutura, sobretudo a de saneamento (conforme recentemente veiculado pelo IPEA) atende pouco para se gerar uma média de 50% de todas as residências do país.
Energia elétrica sustentável e de qualidade e malha viária (rodo e ferro) de qualidade é que permitem com que o cidadão se retenha em suas regiões de origem e não as abandone em busca de melhores condições de vida em cidades maiores.
Ressalto, entretanto, que a densidade demográfica ainda é insipiente e um desafio. Esses índices demográficos, via de regra, encontram-se em bolsões marginais aos centros das grandes cidades onde a infra-estrutura, sobretudo a de saneamento (conforme recentemente veiculado pelo IPEA) atende pouco para se gerar uma média de 50% de todas as residências do país.
Energia elétrica sustentável e de qualidade e malha viária (rodo e ferro) de qualidade é que permitem com que o cidadão se retenha em suas regiões de origem e não as abandone em busca de melhores condições de vida em cidades maiores.
Mudanças na demografia que ajudaram a economia
Uma palestra do professor José Eustáquio Reis sobre a situação demográfica do Brasil, na Federação do Comércio do Estado de São Paulo, permitiu avaliar como o governo do presidente Lula da Silva foi ajudado pela grande transformação da população brasileira nos anos recentes, e que poderá ser confirmada pelo Censo do IBGE.
Raramente os economistas dão atenção à demografia, que no Brasil sofreu rápida mudança de rumo, com efeito profundo na conjuntura econômica que explica, em parte, o sucesso da política econômica e social.
A grande transformação foi desencadeada quando a taxa de fecundidade caiu para 1,8, permitindo prever, a longo prazo, uma estabilização da população, cujo número no ano de 2050 deverá estar entre um mínimo de 182 milhões e um máximo de 254 milhões de habitantes.
Essa evolução demográfica teve, no entanto, efeitos mais imediatos sobre a economia do País. Um crescimento menor da população produz uma queda mais acentuada de nascimentos - isto é, de pessoas inativas -, sem que de imediato o contingente de pessoas idosas aumente a ponto de representar maior peso para a Nação, fenômeno que deverá aparecer, daqui a alguns anos, numa pirâmide demográfica em que a população idosa será sustentada por um número menor de pessoas economicamente ativas.
A redução do número de crianças nas famílias também tem o efeito de elevar o número de mulheres trabalhando. Em 2007 as mulheres já representavam cerca de 60% da força de trabalho. Isso teve duas consequência importantes: em primeiro lugar, um aumento do poder aquisitivo nos lares, que passam a ter duas fontes de renda, o que lhes permite aumentar a cesta média de compras. Em segundo lugar, aumenta a população economicamente ativa, que em 2007 chegou a 52,1% do total da população.
Verifica-se, assim, que o atual governo não enfrentou escassez de mão de obra, mas apenas de mão de obra qualificada, em razão das falhas no sistema de ensino, apesar do aumento da escolaridade com a elevação da renda. É que a qualidade do ensino não melhorou, mesmo com o número de crianças crescendo menos.
A questão social no novo quadro demográfico levanta problemas complexos. Com o Bolsa-Família, o número de pessoas em condições de extrema penúria diminuiu, mas aumentou o número de pessoas pobres. Um dado interessante é que a classe mais satisfeita com a sua própria situação (78%) é a das pessoas que recebem um salário mínimo. O que pode explicar a mudança no quadro eleitoral.
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