EDITORIAL
JORNAL DO COMMERCIO (PE)
No momento em que Pernambuco se defronta com enormes desafios relativos à formação de recursos humanos diante da aceleração econômica em curso no Estado, importantes anúncios feitos nos últimos dias pelo governador Eduardo Campos e pela presidente Dilma Rousseff sinalizam um avanço no enfrentamento do gargalo que se tornou o baixo nível educacional dos pernambucanos. A inauguração das novas instalações da Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata, da Universidade de Pernambuco (UPE), é fato relevante não apenas para os seus 2 mil alunos, a maioria da Região Metropolitana do Recife. Toda a população ganha quando os cursos de graduação, pós-graduação, extensão e pesquisa da instituição em Nazaré da Mata recebem novo impulso para seguir contribuindo com a melhoria do ensino, o que vem fazendo há 45 anos. A prometida construção do novo câmpus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) no Cabo de Santo Agostinho também merece detida atenção. A partir de 2013, segundo a estimativa oficial, serão oferecidos no Cabo os cursos de engenharia e de licenciatura em física, química e matemática. Desenha-se assim fundamental acréscimo para a demanda crescente de formação científica e tecnológica aberta pelos empreendimentos que desembarcam no Estado, parte deles pertinho do Cabo, no Complexo de Suape. De olho nessa mesma necessidade, o governo federal anunciou a abertura de mais nove escolas técnicas, até 2014, que serão localizadas nos municípios de Abreu e Lima, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Palmares, Paulista, Serra Talhada e em Santa Maria da Boa Vista, além do Cabo de Santo Agostinho, agraciado em dobro, com a escola técnica e a unidade da UFRPE. Durante o anúncio da boa nova, o ministro da Educação, Fernando Haddad, referiu-se à construção dos centros de ensino recordando a diretriz que tem pautado as ações do Ministério da Educação nos últimos anos. Para Haddad, é preciso “permitir ao jovem permanecer na sua comunidade e colaborar para o desenvolvimento local”. Com este objetivo, serão aplicados R$ 1,1 bilhão em 314 novas instituições, quatro novas universidades federais, 47 novos câmpus universitários e 208 novas unidades dos Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica. O investimento maciço em educação foi o que faltou até agora para o Brasil alcançar o pleno desenvolvimento econômico, de acordo com Dilma Rousseff. A expansão de oportunidades representada pela ampliação de centros de ensino e pesquisa é, de fato, inegável condição para que o País atinja o grau desejado de desenvolvimento. A interiorização, de outra parte, leva em conta o rápido crescimento regional. No entanto, a situação crítica a que se chegou – e Pernambuco é lamentável prova disto – requer políticas educacionais que comecem pela base, elevando a qualidade sofrível do conhecimento apresentado por nossos alunos e professores, antes de inundar o mercado com profissionais pouco preparados. Sem essa preocupação, corre-se o risco de aumentar o saldo de oportunidades perdidas.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário