Uma atititude de Estadista, muitos acordos comerciais devem ter sido prejudicados, contudo o estadista agiu pensando primeiro na sua sociedade, seu patrão e não usou ideologia ou se preocupou com a situação de qualquer outro país.
Outro ponto a ressaltar que dentre os grãos estão milho e soja que não só os EUA estão usando como biocombustível como a China vem aumentando sua demanda. O desequilíbrio no mercado internacional é grande, pois os EUA tem 300 milhões de habitantes e a China 1,4 bilhões. Como estes são itens básicos para uma enorme gama de outros alimentos a crise causada pelo desequilíbrio é grande, contudo o primeiro-ministro russo pensou primeiro neles e está certíssimo. O inverno lá é muito rigoroso e grãos são menos sucetíveis à perecibilidade.
Para uma eventual curiosidade, Segurança Alimentar no contexto da Segurança Hemisférica foi minha tese de mestrado.
Em nosso país SA é, de acordo com o pres. Lula, apenas uma questão de poder aquisitivo para se ter o alimento. O problema é muito mais profundo que este e o artigo sugere tal profundidade.
Rússia suspende exportação de grãos até o fim deste ano
Autor(es): Gleb Bryanski e Aleksandras Budrys, Reuters, de Moscou |
Valor Econômico - 06/08/2010 |
O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quinta-feira uma proibição temporária das exportações de grãos do país. A medida afeta embarques de trigo, milho, cevada, centeio e derivados, e tem como objetivo manter a inflação controlada após a pior onda de calor da história ter danificado as lavouras. "Eu acredito que seja apropriado introduzir um embargo temporário das exportações de grãos e derivados da Rússia", disse Putin em uma reunião de governo.
O porta-voz do premiê, Dmitry Peskov, informou que a proibição entrará em vigor a partir de 15 de agosto e se aplicará também a contratos já assinados, seguindo até o fim de dezembro.
"Essa proibição é de caráter temporário. Falaremos posteriormente sobre como será nosso comportamento após dezembro", disse Putin.
O contrato para dezembro do trigo negociado na bolsa de Chicago encostou no limite de alta de 55,75 centavos e fechou em US$ 8,1125 por bushel. Putin também garantiu 10 bilhões de rublos (US$ 335 milhões) em subsídios e outros 25 milhões de rublos em empréstimos para o setor agrícola. O premiê também afirmou que as reservas de grãos de intervenção do governo russo serão distribuídas a regiões sem leilões.
"Nós temos reservas suficientes - 9,5 milhões de toneladas - e não devemos permitir um aumento dos preços de alimentos na Rússia, enquanto controlamos a criação de animais e acumulamos reservas para o próximo ano", disse Putin. "É claro que o governo está interessado em vender este recurso via leilão, mas nosso objetivo não é fazer mais dinheiro, mas ajudar produtores agrícolas que precisam de socorro".
Inicialmente, o governo planejou intervir abrindo concorrência para vender mais de 3 milhões de toneladas de grãos das reservas estatais para processadores de farinha, criadores de animais e fabricantes de ração.
Andrei Sizov Sr., presidente da consultoria SovEcon, disse acreditar que qualquer embargo não se aplicará aos grãos que já estão sendo carregados em navios nos portos. Recentemente, o Egito comprou 180 mil toneladas de trigo russo para entrega em setembro, enquanto a Jordânia adquiriu 50 mil toneladas de trigo do Mar Negro para a primeira metade de setembro.
A unidade russa da trading multinacional Glencore pediu, em entrevista à Reuters, para que o governo implementasse um embargo às exportações, temendo defaults nos contratos.
Em 1999, o governo russo proibiu exportações de grãos de janeiro a maio, período no qual recebeu ajuda após uma colheita desastrosa em 1998.
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