sábado, 15 de outubro de 2011

Reféns da China

Apesar de estarmos vivendo bons tempos com ascensão vertical para as classes D e C, infelizmente, conforme até o artigo ressalta, não temos base de infra-estrutura, energia e de educação para sustentar um crescimento sem depender de investimentos externos.


A sociedade não só não tem o hábito de poupar bem como não possui volume para estimular poupança interna para não depender, muito, de recursos externos uma vez que investimentos em infra-estrutura são elevados.

O que poderíamos fazer agora? Simples, diminuir, um pouco, a atenção em novelas, BBB e dominicais de rasa profundidade e buscarmos conhecer os verdadeiros problemas brasileiros que possam, via voto e acompanhamento, ser melhorado nos próximos cinco anos.






Reféns da China
REGINA ALVAREZ
O GLOBO


Há dois anos, registrei aqui a preocupação de especialistas com a velocidade que a China ocupava espaços na América Latina. Na crise, tiramos proveito desse apetite voraz com a demanda crescente daquele país pelas nossas matérias-primas. Mas o risco anunciado era que, no futuro, o bloco ficasse refém do dragão. O atual nervosismo dos mercados com os sinais de desaceleração da economia chinesa pode ser um indicador de que o futuro está próximo.

Com o retorno da crise global, o encolhimento das economias avançadas já repercute na China e o que vai acontecer com aquele país é motivo de grande preocupação para o mundo inteiro e para o Brasil.

Se na crise de 2008 e 2009 a China foi a nossa âncora, garantindo os superávits na balança comercial com a compra de matérias-primas, na atual é fator de instabilidade.

Mais do que nunca, a balança comercial brasileira está ancorada nas exportações de produtos primários. O saldo comercial de produtos industriais, com maior valor agregado, é negativo. Este segmento perdeu muito espaço no comércio exterior nos últimos dois anos também por conta da China.

De um lado, o dragão abocanhou parte dos mercados que tínhamos no passado. De outro, com seu apetite voraz, puxou para cima os preços das commodities. Assim, enquanto os exportadores de produtos primários ampliaram suas vendas e ganhos, a indústria voltou-se para o mercado interno, perdendo mercados no exterior.

Nos últimos anos, a economia brasileira cresceu sustentada pela exportação de commodities. Se a China desacelerar, as compras e os preços dessas matérias-primas tendem a cair, o que pode ser muito complicado para a nossa balança comercial.

- O mundo está cada vez mais dependente da China e nós também. A China foi nos levando para o córner, tirando mercados das exportações industriais - observa o economista Marcos Lelis, coordenador de Inteligência Comercial e Competitiva da Apex.

Ele destaca que, sem a ajuda das commodities, só há duas formas de ajustar a balança comercial: pela via do câmbio ou pela via da desaceleração da economia. E nenhuma das duas será sem dor. A valorização do câmbio pode pressionar a inflação e representa ameaça às empresas que se endividaram na moeda estrangeira e a retração da economia é o pior dos mundos para o governo, que aposta no crescimento:

- A economia brasileira tem um problema estrutural que ainda não foi resolvido, que é o crescimento com restrição externa. Até que ponto deixamos esse problema estrutural para trás? A espuma vai sair e vamos ver o que tem por baixo, a partir do ano que vem.
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