quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O mundo treme entre as duas Coréias

JORNAL DO BRASIL (ONLINE)
24/11/2010

No dia 3 de julho de 1950, a Coreia do Norte atacou e tomou Seul, a capital do Sul. Começava ali uma guerra que opunha os povos de um país divido, com os Estados Unidos de um lado e a China e a União Soviética do outro. O conflito durou cerca de três anos e terminou com o país ainda divido ao meio. O saldo? Três milhões e meio de mortos.
Ontem, a Coreia do Norte, mais uma vez, atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por Pyongyang atingiu uma ilha do país vizinho, matou duas pessoas e feriu pelo menos 18. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas pelos sulistas em águas sob sua jurisdição.
A tensão na fronteira é grande. O governo de Seul ameaça com uma retaliação que pode desencadear um confronto de proporções catastróficas, não só para os coreanos de ambos os lados mas para todo o planeta. Os comunistas do Norte já ameaçaram jogar uma bomba atômica do outro lado. E os capitalistas do Sul deixam claro que qualquer ataque não ficará sem resposta à altura.
É sabido que países que apostam no comunismo mais arcaico não têm pudor em gastar com armamentos o que economizam em todas as outras áreas da administração pública. O regime ditatorial sufoca todas as vozes em contrário. O que pensar de um governo que impôs castigos prisionais e trabalhos forçados à delegação que representou o país na última Copa do Mundo? Não jogar bem teria sido o crime cometido por atletas e técnico contra a segurança nacional.
Do lado do Sul, a comunidade internacional também não enxerga muitos esforços para melhorar as relações com a vizinhança. Realizar manobras navais em águas de um país hostil não é exatamente um esforço diplomático de aproximação.
Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Não importa muito.
Mais importante é o Conselho de Segurança da ONU mexer-se para evitar o pior. Ontem, haveria uma reunião de emergência, mas o presidente do órgão, o britânico Mark Lyall Grant, anunciou o cancelamento.
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