sexta-feira, 4 de junho de 2010

Chineses compram terras em nova fronteira agrícola

A notícia é boa, boa para nossa pauta de exportação, boa para nossa geração de postos de trabalho e novas vias de arrecadação para promoção do desenvolvimento, contudo também ressalta o quanto hoje é difícil se livrar da China como parceira em mercados que querem se avultar na competição global.




Dessa forma, olhando para os países do nosso entorno, que tem uma cordilheira dos Andes e uma considerável variação climatológica que impede a produção variada de itens agropecuários, vemos a razão pela qual o nosso desenvolvimento como continente ou blocos econômicos, sejam eles Mercosul ou Comunidade Andina de Nação teremos graves dificuldades de projeção internacional competitiva e diminuição da desigualdade social, via aumento de renda sem ser pelo assistencialismo e oneração do Estado.

Essa agenda é que o cidadão também precisa ver e cobrar, para tanto vale ressaltar a importância que é se acompanhar as eventuais atividades criminosas em nossas fronteiras no sudoeste e o aumento do fluxo de produtos do crime organizado pelo oeste do país.

Nossa sociedade, mesmo sendo o país mais trânsito do que parada final de tais produtos, também paga seu ônus.







O primeiro grupo de investidores chineses se prepara para   desembarcar no oeste da Bahia

O primeiro grupo de investidores chineses se prepara para desembarcar no oeste da Bahia. Depois de muitas especulações sobre o interesse de estrangeiros na região - nova fronteira agrícola -, a empresa Pallas International assinou com o governo baiano um protocolo de intenções para se instalar no Estado e produzir grãos para exportação, além de atuar em bioenergia.

O grupo chinês, formado por investidores privados, mas com o governo da China como sócio, quer comprar de 200 mil e 250 mil hectares de terras, tanto no oeste da Bahia quanto na região conhecida como Mapito, o cerrado do Maranhão, Piauí e Tocantins.

"Eles precisavam desse protocolo para acelerar a parte burocrática na China", comemora Eduardo Salles, secretário de Agricultura da Bahia. Várias empresas estrangeiras estão instaladas e produzindo nessa nova fronteira agrícola. Americanos, holandeses, portugueses e japoneses fazem parte do cotidiano de Luís Eduardo Magalhães e arredores. Há pelo menos dez empresas de médio ou grande porte cultivando principalmente algodão, soja e milho.

Já conhecidos pela população local, os estrangeiros fogem de entrevistas. Ao longo da BR-242, que corta toda Luis Eduardo e termina no litoral de Salvador, pelos menos três hotéis de alto padrão costumam receber os estrangeiros que visitam a região. "Sempre tem alguém por aqui falando outra língua. Desde janeiro estamos lotados para a primeira semana de junho, quando começa nossa feira Bahia Farm Show", diz a recepcionista de um desses hotéis.

A investida chinesa na Bahia se dá na sequência de outros dois megainvestimentos anunciados recentemente. Na semana passada, a estatal de energia elétrica State Grid Corporation of China assumiu o controle de sete das 12 empresas da Plena Transmissoras, por R$ 3,1 bilhão. Ao mesmo tempo, a Sinochem adquiriu 40% do Campo Peregrino, na bacia de Campos, em mãos da norueguesa Statoil, por US$ 3,7 bilhões.

A intenção de transferir capital para o Brasil e a América Latina foi explicitada ontem, em Paris, por Gao Xiqing, presidente da China Investment Corporation, o poderoso fundo soberano chinês, com ativos de US$ 300 bilhões. "Planejamos alocar mais dinheiro para o Brasil e outros emergentes do que para a Europa", declarou o executivo. "Já temos presença em importantes companhias brasileiras e não focamos só em recursos naturais".

Pouco antes, num debate da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), ele reclamou que o fundo soberano chinês é alvo de barreiras nos países industrializados. "Isso é ignorância sobre o que fazemos e como agimos", afirmou.
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