Na maioria dos países, o único lugar onde riqueza e dinheiro vem antes do trabalho é no dicionário. Se quisermos ser quinta economia no mundo temos que repensar nossos hábitos como sociedade.
Fiesp: consumidor paga o custo dos feriados
Economista da entidade explica que as empresas diluem o impacto dos dias sem trabalho
São Paulo - "Não existe almoço grátis". É este célebre jargão da economia que explica a realidade que há por trás dos feriados, e que pode passar despercebida para muitos: quem paga pelo custo que os dias de interrupção nas atividades geram para as indústrias é o consumidor.
De acordo com uma pesquisa feita da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a indústria paulista vai sofrer um impacto de 850 milhões de reais em 2010, diluídos entre os 14 feriados do ano.
"As empresas, de certa forma, levam isso em conta quando definem os preços. Na média, o dia sem trabalho já está embutido no custo dos produtos", diz André Rebelo, gerente do departamento de pesquisas econômicas da entidade. Para o economista, este é o preço justo a se pagar por um dia de folga a mais, que gera custos para a sociedade.
Por outro lado, Rebelo explica que há benefícios para o setor que não foram mensurados na pesquisa. Existem segmentos que compensam o aumento de custos com um aquecimento nas vendas nos dias de folga. É o caso, por exemplo, do setor de imóveis. "Escolher uma casa é um processo complexo, que demanda tempo. As pessoas deixam para fazer isso nos feriados, e acaba havendo um aumento natural nas vendas", afirma.
O mesmo acontece para outros produtos de valor unitário elevado, como os automóveis e para os eletrodomésticos e artigos da linha branca. No caso destes últimos, o feriado é o dia escolhido pela maioria dos consumidores para rodar em busca do melhor preço. "No final, não há grandes perdas. A maior parte das empresas acaba compensando", diz Rebelo.
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