terça-feira, 22 de junho de 2010

Falta de investimentos agrava situação dos portos

Esta é mais uma das notícias que falo que são publicadas de forma discreta e que denunciam a falácia de que o país será quinta economia em 2016. Para se dar conta de 256 obras necessárias para se suportar 5% de crescimento do PIB, mesmo na impossibilidade de não haver ambientalistas empatando as obras, tornando-as mais onerosas, o próprio ritmo sugere pelo menos dez anos em função das demais demandas em outros setores.

O mesmo tipo de rodoanel no Rio vem enfrentando problemas com ambientalistas, claro está que haverá impacto para o meio-ambiente.

De toda sorte há que se evidenciar que o problema não se adstringe somente aos portos e sim às estradas que circulam as mercadorias que enfrentam a mesma sorte.

Enfm, a breve reportagem é bastante elucidativa.







Os portos brasileiros precisam de investimentos de R$ 42,8 bilhões, em 265 obras, para suprir a falta de áreas e para a expansão e melhoria dos acessos terrestres, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado há alguns dias. Com a retomada da economia, aumentou a demanda de exportadores e importadores pelos serviços portuários, mas há atrasos crescentes nos embarques e nos desembarques, o que afeta a indústria, tradings e transportadores, além de reduzir a competitividade dos produtos brasileiros.
Principais vias de escoamento das exportações, responsáveis por 76,7% do comércio internacional do País, em 2007, os portos receberam em 2008 apenas 17% dos investimentos em transportes. E, mesmo com a capacidade quase esgotada, carecem de tratamento prioritário do governo.
Para enfrentar a precariedade das instalações, o Ipea afirma que é fundamental que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) "sejam executadas segundo cronogramas físicos, isto é, sem atrasos, para que o País não passe por um colapso do sistema portuário" nos próximos anos, sobretudo se a economia crescer na média de 5% ao ano. Mal executado, o PAC prevê a aplicação de apenas R$ 9,3 bilhões nos portos e nos acessos, o que corresponde a 23% das necessidades de investimento.
O Mapeamento Ipea de Obras Portuárias, de 2009, que subsidiou o estudo, mostrou bem o atraso na construção ou recuperação de berços, píeres, terminais e pátios, além da urgência de investir R$ 2,7 bilhões em obras de dragagem e derrocamento.
Porto de Santos, maior do País e responsável por cerca de uma quarta parte do comércio exterior brasileiro, é um bom exemplo dos problemas - congestionamentos e demora para despachar cargas. Atualmente operando com custos mais competitivos (e inferiores, segundo o Ipea, aos dos Portos do Rio, Vitória, Paranaguá, Salvador e Rio Grande), além de ter uma situação geográfica privilegiada, Santos movimentou 36,5 milhões de toneladas nos primeiros cinco meses do ano e 8,9 milhões de toneladas em maio, recordes históricos, conforme os dados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Fatores positivos, como a abertura do Rodoanel, permitiram aumentar o fluxo de caminhões de transporte de cargas para o litoral, mas também o das filas de espera no Porto de Santos.
A tendência, em todo o mundo, é recuperar e ampliar a capacidade dos portos existentes, e não abrir novos portos. E isso deve se aplicar a toda a infraestrutura do País. 
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Um comentário:

  1. Trabalho em São Paulo e moro no Guarujá, subo e desço a serra de carro todo dia, pelo sistema Anchieta-Imigrantes. De manhã, as 3 faixas da Imigrantes são disputadas selvagemente por caminhões, tornando a viagem um perigo para quem conduz automóveis. À noite, o acesso ao Guarujá fica sufocado por filas duplas quilométricas de caminhões (às vezes triplas), aguardando ingresso aos retroportos, onde a falta de iluminação, sinalização e controle atinge carros e motos, com incontáveis acidentes. Lembrando que o IPTU de Guarujá é um dos mais caros do Brasil, o IPVA de São Paulo idem e todo o sistema é pedagiado. E ainda tenho que achar bonito o Brasil investir no porto de Mariel em Cuba e estradas na Bolívia...

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