Já vimos que o Conferência de Educação não quer admitir a meritocracia entre os professores e funcionários do Sistema Nacional de Educação.
A insistência em se demonizar os empresários mostra-se absurda, pois além da expressiva carga tributária sobre, inclusive, a produção é a iniciativa privada que sempre socorre e cobre as lacunas onde o Estado falta.
Lendo-se a matéria abaixo pergunta-se:
De fato conseguiremos ser quinta economia em cinco anos?
A tese do Estado forte e da carga tributária elevada defendida pelo presidente se justifica?
É mais um elemento de análise que ofereço aos amgos.
Levantamento da Fundação Dom Cabral mostrou que em 2/3 das 76 maiores companhias do País há falta de pessoal qualificado que elas não conseguem encontrar no mercado. Há vagas abertas para engenheiros, eletricistas, carpinteiros, técnicos em operação e manutenção, secretárias, profissionais de Tecnologia da Informação, finanças, vendas e até motoristas, em todo o País. Mas, dadas as deficiências educacionais, muitas vagas não podem ser preenchidas.
O professor Paulo Resende, responsável pelo levantamento, considera que a escassez de trabalhadores qualificados é uma restrição de gravidade comparável à da falta de infraestrutura, e também impede maior crescimento da economia. Estudo semelhante, da empresa global de recursos humanos Manpower, mostrou que 64% dos empresários têm dificuldade de contratar, por falta de talentos disponíveis.
Para enfrentar o problema, as empresas investem na formação da mão de obra de que precisam, mostrou reportagem de Renée Pereira, no Estado (24/5). A Vale abriu um curso de pós-graduação para engenheiros nas áreas de pelotização, ferrovias, portos e mineração, concedendo bolsa integral e pagando R$ 3 mil por mês para alunos que serão contratados após o término das aulas. "Antes a gente contratava e as pessoas aprendiam na prática, mas levava tempo", observa a gerente Hanna Meirelles.
A América Latina Logística (ALL) criou um curso para qualificar, apenas neste ano, 2 mil alunos em transporte ferroviário, pois "não conseguiríamos contratar nenhum profissional sem esse curso", observou o gerente de Gestão Rodrigo Paupitz.
A Ford fez contratos com universidades e escolas para qualificar o pessoal, mas mesmo assim não conseguiu preencher 130 vagas de engenheiros. "Para nós, uma das maiores carências é a falta de fluência no inglês", disse o diretor Rogélio Goldfarb. A multinacional espanhola Caf, que fabrica vagões de passageiros em Hortolândia, busca pessoal em cidades próximas ? Valinhos, Vinhedo ou Jundiaí ?, o que representa mais custos, segundo o presidente, Paulo Fontenele. Algumas companhias, segundo o professor Paulo Resende, estão contratando mão de obra em países vizinhos. "No setor de petróleo, trazem profissionais da Venezuela; no agronegócio, da Argentina, Uruguai e Paraguai."
A demanda interna, aliada à crise econômica internacional, está atraindo de volta parte dos 3,3 milhões de brasileiros que emigraram, sobretudo para a América do Norte, Europa e Japão. Mais de 400 mil pessoas "estão voltando para trabalhar no Brasil", calculou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, há alguns dias.
A demanda de pessoal desperta esperança entre os que procuram emprego há cerca de 8 milhões de desempregados no País, mas faltam recursos públicos para investir na qualificação. O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) tem entre suas finalidades prover recursos para a qualificação de mão de obra, mas o governo tem preferido direcionar a quase totalidade de suas receitas anuais superiores a R$ 40 bilhões para capitalizar o BNDES e pagar o seguro-desemprego.
A escassez de trabalhadores preparados decorre, em geral, da baixa qualidade da educação pública e privada, em todos os níveis e à pouca preocupação de grande parte das universidades em formar pessoal para atender à demanda do mercado de trabalho. "Nos últimos dez anos, crescemos abruptamente, mas ao mesmo tempo não demos valor à formação escolar", notou o professor do Insper Marcus Soares ao Jornal da Tarde (22/5). "Por isso, temos um grande contingente de desempregados e uma grande oferta de empregos, mas não conseguimos preencher essas vagas."
Pelos números do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), calcula-se que mais de 2 milhões de empregos formais serão abertos neste ano, mas a maioria dos contratados terá baixa qualificação e baixos salários.
Serão enormes os benefícios do aumento da qualificação profissional, para o País e para os trabalhadores.
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