quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ÚLTIMO DA FILA

Amigos, o intuito do post não é o de apontar falhas de uma pessoa, tampouco tem conotação de sectarismo ideológico. A intenção é a de manter o tema no foco de nossas falhas como sociedade que não cobra, que não cumpre o seu papel na democracia participativa. Apenas colocar um voto na urna e se eximir da responsabilidade do acompanhamento do nosso desenvolvimento não nos ajudará frente aos desafios que teremos.

Após vinte recente anos é uma vergonha para todos nós que ainda estejamos da forma que estamos. 
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ÚLTIMO DA FILA 

ZERO HORA (RS) - 8/9/2010


Mesmo com os esforços empreendidos nos últimos anos para levar mais alunos a concluírem o Ensino Médio e para facilitar o acesso à universidade, o Brasil continua em último lugar na fila quando o critério é o número de diplomas de Ensino Superior. No estudo Olhares sobre a Educação 2010, divulgado ontem, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) alerta para o fato de que, entre 39 países pesquisados, o Brasil aparece com o menor percentual da população entre 25 e 34 anos com Ensino Superior completo. Com um percentual de apenas 11%, o país está longe da média de 35% registrada pela instituição no mesmo levantamento, o que dá uma ideia do quanto ainda precisa avançar nesta área.



Além de apontar escassez de mão de obra qualificada, o levantamento demonstra que, entre quem concluiu o Ensino Médio, a taxa de desemprego costuma se mostrar ainda maior do que entre quem não atingiu esta etapa. O fenômeno reforça a tese de que não basta apenas ampliar a média de anos de escolaridade dos brasileiros, inferior até mesmo à de muitas nações sul-americanas. O país precisa investir em ensino de qualidade mas também no fortalecimento de um mercado capaz de absorver e valorizar adequadamente profissionais mais habilitados.



Além do reduzido número de profissionais de nível superior, em comparação com outros países, o Brasil tem carências particularmente preocupantes sob o ponto de vista da formação profissional. É o que acaba ocorrendo, por exemplo, pelo fato de formar a cada ano menos da metade das necessidades na área de engenheiros profissional que costuma ter sua procura ampliada em momentos de reativação econômica. O descompasso é agravado pelas disparidades registradas entre a qualificação obtida nas universidades e as carências das empresas interessadas nesses profissionais.



Todas as projeções são de que, em 2010, o país viverá um recorde histórico sob o ponto de vista da criação de empregos. Só no primeiro semestre, foram ocupadas quase 1,5 milhão de vagas. Até o final do ano, a expectativa do Ministério do Trabalho é de que o total possa alcançar 2,5 milhões de oportunidades no mercado formal. A questão é que a quantidade pode ser boa, mas a qualidade deixa a desejar. As vagas, em sua maioria, são geradas em áreas de pouca exigência sob o ponto de vista da qualificação e, em consequência, nas quais os ganhos costumam frustrar os trabalhadores que, ou têm pouca qualificação, ou já concluíram até mesmo o curso superior, mas são obrigados a se contentar com oportunidades nas quais as exigências são apenas de nível médio. Um dos tantos desafios de quem vier a suceder ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir de janeiro é o de reforçar o volume e a qualidade dos investimentos em ensino em todos os níveis, contribuindo para levar o Brasil a se situar melhor nos rankings educacionais.

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