domingo, 7 de novembro de 2010

Crise na França e o futuro no Brasil


A crise já diminuiu em intensidade e repercussão, contudo, vale relembrar as lições que ela trouxe em seu bojo.




CRISE NA FRANÇA É ALERTA PARA FUTURO DO BRASIL

JORNAL DO BRASIL

A gravíssima crise que assola a França, provocada pela revolta da população com as mudanças propostas pelo governo no sistema previdenciário, devem servir, e muito, de alerta aos governantes brasileiro.

Há muito tempo se sabe que a previdência social no Brasil é uma verdadeira bomba- relógio, cujo tique-taque aumenta de volume à medida que a população estatisticamente envelhece.

O governo francês anunciou ontem que o prejuízo provocado pelas paralisações no país chega a astronômicos 400 milhões de euros... por dia! Isso é quase R$ 1 bilhão jogado no lixo diariamente.

Somado o prejuízo total desde o início da greve, temos a inacreditável marca de 3,2 bilhões de euros, dinheiro que certamente daria para pagar tudo o que Nicholas Sarkozy quer economizar com os idosos de seu país.

É difícil comparar o que é pior, mas, além do prejuízo financeiro, a imagem da França também está em frangalhos.

O próprio Sarkozy admite que o incidente afasta a maioria dos potenciais investidores da França.

Esse tema é um verdadeiro tabu no Brasil, e poucos políticos têm coragem de citá-lo como meta de reforma e os que o fazem ficam só no discurso, nunca se teve peito para mexer em aposentadorias.

O sistema brasileiro é deficitário por definição. Assim, uma primeira medida seria mudar a lei e não contabilizar a diferença entre o que se arrecada em contribuições e o que se distribui aos idosos como déficit, prejuízo ou seja lá o termo que for. Como os que pagam não são suficientes para cobrir o que recebe quem tem direito, basta estabelecer em lei que o governo banca a diferença e acaba- se, assim, com o efeito psicológico do vermelho nas contas.

Além disso, todos os esboços de mudança no sistema esbarraram nos conhecidos direitos adquiridos. Isso não mudará nunca. Qualquer reforma só terá chance de avançar se estabelecer uma regra nova para quem entre no mercado de trabalho a partir de um determinado ano recente.

Esse gap entre lei velha e lei nova o país ainda é capaz de suportar.

Mas a situação atual, indefinidamente, vai levar a bomba a explodir. Como na França.

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