domingo, 21 de novembro de 2010

O plano de vôo para a copa e a olimpíada

JORNAL DO BRASIL (online)
20/11/2010


O jornal britânico Financial Times publicou ontem reportagem em que passa uma espécie de pito no Brasil. O motivo da descompostura é a suposta inadequação dos aeroportos brasileiros aos grandes eventos que o país sediará em 2014 e 2016 – Copa do Mundo e Olimpíada. Um certo Giovanni Bisignani, chefe da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), diz no texto que o país corre o risco de “passar vergonha” com cancelamentos de voos e atrasos se não fizer as obras de infraestrutura necessárias.
A Infraero, empresa responsável pelo funcionamento dos aeroportos brasileiros, é citada no texto como uma instituição dominada por sindicatos de funcionários públicos e que não investiu, como teria prometido, R$ 2 bilhões na melhoria de Viracopos e Cumbica, ambos no estado de São Paulo.
Sabe-se que nenhum país nasceu pronto para sediar eventos da magnitude da Copa e da Olimpíada. Não houve uma só nação até hoje que não tenha precisado gastar, e muito, para se adequar à incumbência de ser, durante cerca de um mês, o centro das atenções de todo o planeta. Japão, Estados Unidos, União Soviética, Inglaterra, todos eles tiveram que cumprir um extenso caderno de encargos na sua vez de comandar a festa.
Na condição de nação emergente, o Brasil já deu a partida em várias obras para receber bem os turistas que virão do mundo inteiro assistir às competições. No cronograma de ação, estão incluídos os aeroportos, assim como os corredores de transporte terrestre.
Com seu Produto Interno Bruto crescendo a níveis chineses e triscando nos 7% ao ano, parece hoje, no entanto, muito mais fácil para o Brasil realizar reestruturações de vulto do que alguns países europeus, prejudicados por não contarem mais com o modelo econômico colonialista e pelas dimensões relativamente diminutas de seus territórios em comparação com o do maior país da América do Sul.
Cabe ao governo brasileiro tranquilizar aqueles que ainda se assustam com reportagens desse tipo e renovar o convite para que não só os britânicos mas povos de todo o planeta venham torcer e se emocionar com as duas grandes competições.
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