ZERO HORA (RS)
23/11/2010
A mobilização das autoridades ligadas à questão do transporte aéreo brasileiro responde a uma ameaça objetiva que surge novamente no horizonte do setor neste fim de ano. A previsão é de que, com a chegada das festas natalinas e o início do período de férias, mais o crescimento do contingente de brasileiros que começam a usar esse transporte, há riscos de que o caos que atingiu os aeroportos em 2007 e 2008 seja reeditado agora, talvez com consequências ainda mais nefastas. A herança que o governo Lula deixará para sua sucessora não pode ser qualificada de bendita no que se refere a essa importante área da infraestrutura e da logística. A preocupação com essa situação levou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a adotar medidas emergenciais em reunião de ontem com as empresas aéreas e a Infraero.
Dois anos depois da grande crise e a três anos de um evento que desafia o país – a Copa do Mundo de 2014 –, as providências para dar condições mínimas ao transporte aéreo de cargas e passageiros são ainda gravemente limitadas. O temido apagão aéreo volta a rondar os aeroportos. Milhões de passageiros são atendidos com serviços de baixa qualidade e desconforto, muitos deles perdendo horas e até dias por atrasos, cancelamentos de voo ou outras eventualidades que revelam a insuficiência de estrutura ou de aparelhos. A demanda por passagens cresce mais do que a oferta de assentos.
O mínimo que a sociedade espera é que, restando um mês para que essa procura se concretize, as autoridades assumam a questão aérea como uma crise aguda que precisa ser resolvida com medidas imediatas, sem que se deixe de insistir no planejamento de médio e longo prazos. Das 20 obras em 13 aeroportos previstas para as exigências da Copa do Mundo, apenas cinco foram efetivamente iniciadas. A ameaça de colapso nos transportes não está restrita à situação dos aeroportos ou das empresas aéreas. Há outras questões igualmente urgentes e igualmente graves em outras áreas da circulação de pessoas e de riquezas, de que são exemplos as insuficiências rodoviárias, a inexistência de transporte fluvial e marítimo e a ainda degradada situação das ferrovias.
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