quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O desafio da geração de emprego no mundo

"A insatisfação com a falta de postos de trabalho está refletida no forte descontentamento entre os jovens, especialmente afetados pela situação econômica desfavorável nos países desenvolvidos."

Esta frase é emblemática dos últimos acontecimentos internacionais e, com nosso apagão de mão-de-obra, poderá chegar ao  nosso país também: A insatisfação dos jovens sem perspectivas de emprego lideraram as revoltas da Primavera Árabe e não os regimes ditatoriais em si, pois com eles convivia-se há mais de trinta anos, no mínimo, em cada país.

Com os preços dos produtos barateados por serem, em sua grande maioria, produzidos na Chinha e na Índia, as indústrias secundárias e terciárias (i.e montagem, distribuição e comercialização) nos países árabes e nos países europeus, ora em crise perderam a capacidade de resistir ao volume de importações.
O tema é de fundamental importância pois ausência de emprego conduz a violência urbana e, em casos mais graves como nos países da América Central, ao terrorismo urbano -gangues "maras" e "pandilhas" e tráfico de drogas -estes nos demais países da América do Sul.

Infelizmente não há como gerar empregos para todos em nenhum país do mundo, notadamente em países de baixo nível cultural e educacional como o nosso.

Vale muito a pena acompanhar esta rodada em Davos. 


Davos debate criação de empregos como desafio
Daniela Milanese
Isto É Dinheiro



A capacidade de geração de empregos desponta como o principal desafio no atual ambiente de crise do capitalismo. A insatisfação com a falta de postos de trabalho está refletida no forte descontentamento entre os jovens, especialmente afetados pela situação econômica desfavorável nos países desenvolvidos. Na busca por saídas, a palavra "inovação" é a que mais aparece entre os participantes do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
O evento começou hoje nos Alpes suíços com um acalorado debate sobre o modelo econômico. Estaria o capitalismo do século 20 falhando em atender a sociedade do século 21? "Sim, perdemos a bússola moral", disparou a secretária-geral da International Trade Union Confederation (ITUC), Sharan Burrow. "Talvez (o problema) não seja o sistema, mas a forma como o executamos", defendeu o presidente da Alcatel-Lucent, Ben Verwaayen.
O fundador e diretor-gerente do Carlyle Group, David Rubenstein, parafraseou o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill: "O capitalismo é o pior sistema, exceto todos os outros". Ele acredita que o modelo foi o que criou mais bem-estar, só que possui imperfeições, tanto que atualmente o mundo desenvolvido vive as consequências da recessão. "O principal problema do capitalismo são os ciclos de alta de baixa".
Raghuram Rajan, professor da Universidade de Chicago e uma das principais vozes desta crise, avalia que a grande ameaça ao capitalismo é a quantidade de pessoas que estão sem emprego e, portanto, fora do sistema. O descontentamento entre os jovens é evidente, especialmente em países como a Espanha e a Grécia, onde a taxa de desemprego entre os mais novos é extremamente elevada. Verwaayen, da Alcatel-Lucent, concorda que o principal desafio do mundo em transformação é a criação de empregos. "Precisamos falar em inovação, sustentabilidade e reformas", disse. "A principal questão é que o crescimento está desacelerando no Ocidente e precisamos revitalizá-los com mais inovação", afirmou Rajan.
Os especialistas também debateram a ascensão do chamado "capitalismo de estado", cujo principal representante é a China, onde o governo direciona a criação de empregos. "Se os problemas do Ocidente não forem resolvidos, o capitalismo de estado vai prevalecer, mas não sabemos se ele trará empregos com melhor remuneração", afirmou Rubenstein, do Carlyle.
Na busca por vilões para a crise do capitalismo, é impossível deixar de apontar os bancos. As instituições financeiras atingiram o tamanho de grandes demais para falir. Isso significa que, se tiverem problemas, terão de ser obrigatoriamente socorridas pelos governos. Rajan, um dos primeiros a denunciar o nível de risco do sistema antes da explosão da crise, reafirma que esse é um problema. Mas, mostra-se contrário ao desmembramento das instituições. "A solução não é criar bancos menores, é fazer os grandes funcionarem melhor".
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