Vários elementos sociais e econômicos estão aglutinados no mesmo fenômeno social: Manipulação midiática, manipulação política de partidos de esquerda, usina de invasões, déficit habitacional, pouco investimento na Segurança Pública, demagogia de movimentos de Direitos Humanos e, sobretudo, desrespeito às ordens judiciais.
O que não pode haver é o desrespeito às decisões da Justiça. Não se concorda usa-se a Advocacia Geral da União enquanto os representantes forem partidos e estes figuras públicas. É pura demagogia pensar em Direitos Humanos desrespeitando decisões judiciais, estamos em um Estado Democrático de Direito e exige, sobretudo, conhecimento e maturidade dos cidadãos.
Dentre os demagogos políticos presentes há os que sufocam os repasses de recursos para melhor treinar e aparelhar os policiais bem como os que concordam e se alinham aos movimentos ambientalistas que são, hoje, os principais dificultadores de se acabar com o deficit habitacional que acomete muito dos que lá, de fato, precisam mas que são manipulados pelos movimentos sociais e políticos. A rigor, goste-se ou não, no Estado Democrático de Direito que os mesmos ativistas reclamaram que a ditadura havia surrupiado, os invasores são criminosos. Quem vai de encontro a Lei, por ação ou omissão, é criminoso.
É bom a sociedade refletir o quanto de desmatamento será necessário para se obter os insumos para se erigir 8 milhões de unidades residenciais.
OPERAÇÃO PINHEIRINHO
FOLHA DE S. PAULO
Reintegração de posse expõe manipulação política por militantes de esquerda e omissão do poder público no amparo às famílias retiradas
A reintegração de posse da gleba do Pinheirinho, em área de galpões industriais no extremo sul de São José dos Campos (SP), contemplou variados interesses pecuniários e políticos -mas não os da população desalojada com bombas, cassetetes e balas de borracha.
Importante polo industrial e tecnológico a 97 km de São Paulo, São José tem 637 mil habitantes e incidência de pobreza equivalente à metade da média do Estado. Nesse oásis de prosperidade estão destacados centros de pesquisa e empresas de alta tecnologia nos setores de defesa, aeroespacial, eletroeletrônico e químico.
O terreno de 1,3 milhão de metros quadrados pertencia ao grupo Selecta, do empresário Naji Nahas, que foi à falência em 2004. No mesmo ano, a área começou a ser irregularmente ocupada.
A retomada e a venda da propriedade avaliada em R$ 180 milhões poderão auxiliar na quitação de muitas dívidas. Entre elas, um débito de R$ 16 milhões com a prefeitura local, nas mãos de Eduardo Cury, correligionário do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
À frente da ocupação -uma favela com cerca de 6.000 pessoas- encontravam-se militantes esquerdistas vinculados a organizações sindicais e ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o PSTU.
Não há dúvida de que esses líderes desejavam o confronto. Não interessam ao PSTU soluções reais para as carências habitacionais dos pobres. O objetivo, ao contrário, é fomentar conflitos. Em sua alucinação ideológica, isso evidenciaria a suposta impossibilidade de resolvê-las no quadro da democracia.
Poucos dias antes da operação, um desses líderes, Valdir Martins, ex-candidato a vereador pelo PSTU, revelou a disposição de levar inocentes a um enfrentamento que poderia resultar em mortes: "Ou a ordem de desocupação é suspensa, ou vamos assistir a um banho de sangue", declarou, ao mesmo tempo em que se anunciava a organização de uma milícia brancaleônica para resistir à polícia.
Martins contava, tudo indica, com abusos da autoridade pública por policiais militares despreparados. Sob governos estaduais dos mais diversos matizes, a PM parece sempre pronta a patrocinar espetáculos de truculência.
Felizmente não se verificou o propalado massacre, embora haja registro de excessos no cumprimento da determinação judicial, que precisam ser investigados. Entre eles, um ferimento por arma de fogo e ao menos um espancamento por guardas municipais -corporação ainda menos preparada para esse tipo de confronto.
Outro aspecto lamentável foi a inexistência de medidas eficazes para aplacar o drama das famílias. São elas as grandes vítimas da persistente precariedade habitacional, num país que cresce a olhos vistos, mas é incapaz de eliminar essas terríveis desigualdades.
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