segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Um modelo para dar certo na Amazônia

A matriz energética de acesso mais barato e eficiente para o cidadão brasileiro que vive no interior do país ou fora dos grandes centros é a hidráulica. As hidrelétricas na Amazônia são as que melhor concentram capacidade e potencialidade de se gerar energia de forma mais barata.

O que precisamos é estimular o nosso vizinho ou parente a ler mais sobre Energia Elétrica na Amazônia para deixar de ombrear ONG estrangeiras que, também, via judicial, ajudam a impedir nosso avanço  na construção de hidrelétricas.

Já parou para pensar o que são 35 milhões de cidadãos compatriotas sem energia de qualidade enquanto seus similares se compadecem de índios e de diversidade ambiental?
E sobre violência crescente nas ruas das grandes cidades?
Vale a pena considerar o tema abaixo.



Um modelo para dar certo na Amazônia
O Globo



A demanda por energia elétrica no Brasil deverá crescer a um ritmo de 4,5% ao ano até 2020. Para manter sua matriz energética limpa e alimentada por fontes renováveis, o país terá de privilegiar a construção de novas hidrelétricas. Atualmente, cerca de 85% da capacidade instalada de geração de eletricidade no Brasil são de usinas hidráulicas. Poucas nações do planeta têm condições de manter este percentual. Aqui, como há um grande potencial ainda a ser explorado, tal proporção deve permanecer pelas próximas décadas, mesmo com o avanço de outras fontes renováveis (a eólica, a biomassa e, agora, também a solar). O grande potencial a ser explorado está na chamada Amazônia Legal.

Embora mais distantes dos principais centros de consumo, as usinas amazônicas têm merecido prioridade no planejamento do setor elétrico pelo enorme potencial de geração que possuem. Por isso, mesmo considerando-se os custos diretos de transmissão de energia, e os indiretos (compensações sociais e ambientais), o investimento é adequado economicamente, e financeiramente viável.

Hidrelétricas dependem do regime de chuvas e, dessa forma, conseguem aumentar sua capacidade de geração firme de eletricidade se estiverem conjugadas a reservatórios de acumulação de água. Trata-se de uma opção que o Brasil passou a descartar por razões essencialmente ambientais ou de caráter social. É que os reservatórios de acumulação, quando não aproveitam gargantias naturais (a exemplo do que ocorreu em Xingó, no Rio São Francisco), acabam inundando vastas extensões de terra.

Então, o país vem licenciando apenas hidrelétricas a fio d"água, que se baseiam no fluxo dos rios, sem acumulação além daquela decorrente da construção da barragem.

Se, por um lado, essa opção encareceu o custo da energia, por outro permitiu a utilização do potencial de regiões que merecem ser preservadas ao máximo pela sua biodiversidade. É o caso de áreas hoje não habitadas do Rio Tapajós e de afluentes, no Pará. Lá, será possível conciliar o aproveitamento da energia hidráulica com a preservação do ambiente. No entanto, o maior risco seria o de as obras causarem um fluxo migratório indesejável e difícil de ser revertido quando os empreendimentos estiverem concluídos. Assim, tanto o método construtivo como a operação futura dessas usinas terão de ser totalmente diferentes.

No Tapajós, não serão construídas vias permanentes para transporte de equipamentos e pessoal. Os deslocamentos terão de ser feitos pela via fluvial ou caminhos provisórios. Nenhuma concentração urbana poderá ser vizinha às usinas.

O conceito desse tipo de hidrelétrica, inédito no Brasil, se assemelha ao de plataformas de petróleo no mar, nas quais as pessoas ficam embarcadas por um determinado período e retornam para terra em embarcações ou helicópteros, deslocando-se depois para suas casas. Da mesma maneira que as plataformas, as usinas terão pontos de apoio em locais já ocupados.

Será uma experiência capaz de servir de modelo para o desenvolvimento sustentável de outras áreas da região amazônica.
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