terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O ocaso das sacolas

O jornalista faz uma precisa análise de um fenômeno social e econômico simples, contudo, recheado de ideologias que acabam por serem efetivadas por força de lei mas que, no fundo, não tarão os benefícios produzidos conforme, até, salienta o jornalista.

De minha parte apresento a seguinte reflexão: Os produtos semelhantes às sacolas plásticas entraram no mercado de todas as classes até para baratear o custo da produção e refinamento do petróleo até a gasolina automotiva. Havendo produção e mercado para os produtos intermediários fracionados nessa cadeia, a gasolina passou a ser mais acessível o que motivou a ampliação da produção automotiva, que viabilizou o crédito para aquisição e a ampliação de toda a cadeia produtiva periférica dos automóveis (bancos, retrovisores, amortecedores, lâmpadas, etc etc etc) e muitos empregos foram gerados assim, muitas cidades passaram a arrecadar mais e promover melhores serviços a população. 

Pode parecer bobagem, mas a sacola de plástico causa um impacto significativo nesta cadeia, se a campanha pegar em âmbito nacional, os insumos para elas terão que ser desperdiçados e o preço final da gasolina e querosene aumentarão.

E como ficarão todo o entorno, para variar, nunca enxergado por movimentos ambientalistas e politicamente corretos? 

Gostaria de conhecer a opinião dos especialistas. 



O ocaso das sacolas
HÉLIO SCHWARTMAN
FOLHA DE SP 

O fim de sacolas plásticas em supermercados paulistas é um ótimo negócio para redes varejistas, uma conveniente cortina de fumaça para o poder público, um leve golpe contra o bolso do consumidor e uma medida de impacto provavelmente baixo para o planeta.

Ao contrário do que se diz, as tais sacolinhas plásticas nunca foram gratuitas. Seu custo estava embutido no das compras que fazíamos. Explicitá-lo por meio de um preço é, em princípio, algo positivo, pois isso torna mais transparentes as relações de consumo e ajuda a promover hábitos menos extravagantes.

Mas, como é altamente improvável que a mudança resulte na correspondente redução dos preços nas gôndolas, os supermercados acabam se dando bem, porque, numa canetada, eliminam um custo e ganham uma nova fonte de receita, posando ainda de campeões da ecologia.

Algo parecido vale para o poder público. Ele aparece na foto como defensor do ambiente por ter promovido o acordo e pouca gente lembra que sua lista de omissões nessa área é grande. O volume de lixo reciclado ainda é risível e há pouquíssimas usinas de compostagem, para citar apenas dois pecadilhos diretamente relacionados a resíduos sólidos.

O consumidor leva prejuízo porque as sacolas escolhidas para substituir o plástico são as de milho. Relativamente caras, custarão R$ 0,19 cada uma. É questionável ainda a ideia de embalar comida com comida. Tirar milho de galinhas e pipoqueiros para produzir invólucros tende a inflacionar o setor de alimentos.

Em termos ambientais, as sacolas são um estorvo, mas nem de longe o maior problema. Reduzir seu uso sem criar dificuldades maiores é uma meta louvável. Cumpri-la implicará custos, que terão de ser pagos pelos consumidores. O que irrita, no Brasil, é que governantes e lobbies são rápidos para estender a conta ao cidadão, mas muito lentos, para não dizer abúlicos, em fazer a sua parte.
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