domingo, 26 de agosto de 2012

A “Marina” da Câmara



Folha

Enquanto o noticiário político em Brasília se mantém focado no desenrolar da Ação Penal 470, o mensalão, grupos de deputados aproveitam a calmaria do Congresso nos esforços concentrados para preparar o próximo embate, a disputa pelas presidências do Poder Legislativo. O primeiro movimento veio do PT, que, no início de agosto, fechou o apoio ao líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), para presidir a Câmara. Desde então, nem tudo tem sido festa para Henrique Alves em seus jantares em busca de votos.

Na última semana, por exemplo, Alves chegou a um encontro de deputados do PSD em Brasília acompanhado do vice-presidente Michel Temer e do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) — companhia constante de Henrique ultimamente, interessadíssimo em herdar o comando da bancada do PMDB na Casa. O líder passou pelo constrangimento de ouvir de alguns deputados do PSD que o assunto só será decidido depois da eleição municipal. Houve quem mencionasse inclusive o possível surgimento de outros candidatos.

No dia seguinte ao jantar dos peemedebistas, o quarto secretário da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), foi chamado para um almoço com um grupo de políticos. Juntos, começaram a analisar o futuro da Casa. Obviamente, essa inclusão de Júlio Delgado no jogo traz embutido o desejo de PSB e PSD de quebrar a aliança PT-PMDB para 2014 — como, aliás, já dissemos aqui.

Mas, além disso, da mesma forma que há entre os paulistanos uma rejeição ao embate PT versus PSDB, existe entre os deputados uma vontade de protestar contra o poder absoluto do PMDB e do PT no Legislativo federal. Esses dois partidos hoje definem tudo no Congresso. E é nesse sentido que Júlio Delgado desponta nesse universo de 513 eleitores como a “Marina da Câmara”. Se ganhar fôlego, dará trabalho ao PT e ao PMDB, como Marina deu em 2010, e Celso Russomanno, nesta eleição municipal.

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