Houve uma época em minha vida que voava na Amazônia. Tive oportunidade de, no meio da selva, presenciar tempestades e trombas d'água diárias com índices pluviométricos espetaculares de grossas gotas de chuva ao longo de horas na tarde. No dia seguinte, com sol, observava apenas solo encharcado pela manhã e logo a tarde a água já havia sido toda absorvida e escoada para ribeirinhos e rios.
O que vemos hoje nas enchentes com repetições contumazes pode ter alguma relação com o meio-ambiente, todavia não concordo que seja por causa do desmatamento da Amazônia que as formações de cúmulos nimbus descarreguem sua fúria na distante Belo Horizonte, ou no Rio ou em São Paulo. Devido a pressão de ONG internacionais ambientalistas, o cidadão brasileiro é facilmente convencido dessa lorota.
Ao invés de aquecimento global o que está causando essas enchentes é lixo nas ruas, galerias e canais. Assim como o espetacular volume de água que some no dia seguinte no leito da Amazônia, nas grandes cidades ele se acumula por não ter para onde escoar. Ele simplesmente lá fica até evaporar, em sua grande quantidade.
Assim, para mim não é o aquecimento global o culpado pelas enchentes, é a falta de educação do cidadão que anui com o lixo nas ruas.
É o cidadão que se habituou a conviver, sempre delegando a responsabilidade a outrem, com catadores de rua que estouram os sacos plásticos dos moradores conscientes que, eventualmente, fazem sua coleta seletiva de lixo aguardando ser recolhido. Os ambientalistas deveriam lutar no Congresso Nacional, por uma imputabilidade penal para esses "tadinhos e desassistidos" que ampliam as sujeiras nas ruas.
Também é responsabilidade do cidadão, sempre atribuindo e terceirizando sua responsabilidade, aos órgãos públicos que permitem loteamentos em zonas de risco. Afinal as invasões acontecem, as casas e barracos são construídos e, com o tempo, a energia lá chega de alguma forma.
O cidadão também tem sua responsabilidade ao não acompanhar a destinação dos recursos que chegam e são desviados por políticos e funcionários públicos ao invés de aplicarem e tornarem transparente, para a sociedade, a destinação dos recursos para a mitigação dos acidentes causados por desastres naturais.
Se isso fosse assunto de novelas, com atores passando pelo mesmo e encenando uma ação coletiva de cobrança de vereadores e de prefeitos talvez se venha uma solução daí, ou mesmo se algum desses animadores de programas com altos índices de audiência comentassem e orientassem o telespectador, talvez alguma coisa mude.
Assim, caros amigos leitores, não é a Mãe Natureza revoltada com os seres humanos, é a falta de educação social e de responsabilidade coletiva que são os principais fatores nestas repetidas calamidades.
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