JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
O Estado de S.Paulo
A visita de Barack Obama ao Brasil impulsionou a popularidade de Dilma Rousseff e a ajudou a ter um começo de governo mais bem avaliado do que seus antecessores - inclusive o de Lula.
As entrevistas do Ibope coincidiram com a passagem do presidente dos EUA, seus discursos elogiosos ao País e a sua anfitriã. Isso fez a avaliação do governo Dilma melhorar 9 pontos porcentuais ante a pesquisa Datafolha feita pouco antes da chegada de Obama. O "ótimo/bom" pulou de 47% para 56% em cinco dias.
A influência positiva da visita fica clara em outra pergunta da pesquisa CNI/Ibope. A visita de Obama foi o segundo assunto mais lembrado pelos brasileiros entre as notícias sobre o governo Dilma. Só perdeu para o reajuste do salário mínimo.
Na comparação com os primeiros meses de Lula e FHC (nos dois mandatos de cada um), Dilma se sai melhor. Tem saldo positivo de 51 pontos. É mais do que os melhores resultados dos antecessores: 44 pontos de Lula em março de 2003, e 29 de FHC em março de 1995.
Isso significa que Dilma é mais popular do que Lula? Longe disso. O ex-presidente terminou o mandato com 80% de "ótimo/bom" e saldo de 78 pontos. A presidente está a 27 pontos de quebrar esse recorde. Não é nada fácil.
E pode ficar mais difícil no futuro, se as políticas de controle da inflação seguirem com pouco resultado. Dilma herdou o governo surfando a onda de 8% crescimento da economia. O otimismo ofuscou a alta dos preços.
A combinação está se invertendo. A economia tende a desacelerar nos próximos meses. Ao mesmo tempo, as projeções inflacionárias continuam apontando para cima.
Logo, a popularidade de Dilma vai depender de ela conseguir ter sucesso no combate à inflação no curto prazo. Por ora, a alta de sua aprovação indica que o consumo continua aquecido. Se a inflação for de demanda, a boa notícia de hoje pode ser a má notícia de amanhã.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário