domingo, 24 de outubro de 2010

Aeroportos para a Copa



ESTADO DE MINAS

Infraero define orçamento de obras para 12 terminais das cidades-sede

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) definiu quanto vai investir nos 12 aeroportos que servem as cidades que serão sedes da Copa do Mundo de 2014 e promete começar as obras em janeiro. Segundo a estatal, que controla 67 aeroportos brasileiros, as obras de ampliação da capacidade operacional e modernização dos terminais envolvidos no megaevento esportivo estão orçadas em R$ 5,15 bilhões. A obras terão de estar concluídas no primeiro semestre de 2014. Contemplado com menos de 8% do total a ser investido, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, ficará pronto mais cedo, em outubro de 2013. A pista vai ganhar mais 600 metros, para que possa receber aeronaves de grande porte, como o A380 (o maior em operação atualmente). Além disso, a Infraero promete a ampliação dos balcões de check in, a modernização das instalações da estação de passageiros e a construção de um novo estacionamento. As obras vão eliminar a atual alameda que divide os dois prédios do terminal de Confins, que passarão a integrar uma só unidade.
Bem-vindas, as obras já chegam tarde e especialistas garantem que, quando forem entregues, já estarão abaixo das necessidades. Na verdade, mesmo sem a Copa, a aviação civil brasileira já vem enfrentando deficiências de infraestrutura aeroportuária, capazes de manter o setor permanentemente à beira do caos, bastando que algum feriado prolongado torne o fluxo de passageiros acima do dia a dia. Sobram desconforto e perda de tempo na maioria dos terminais mais movimentados do país. Vários estudos realizados por consultorias internacionais especializadas já apontaram a ineficiência dos aeroportos brasileiros, medida por vários critérios, em razão de falhas de infraestrutura. Um exemplo foi apontado por pesquisa encomendada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à McKinsey, que comparou o tempo – minutos gastos nas providências para o embarque, liberação de bagagens, filas, acesso aos terminais e trabalhos de manutenção – de conexão no Brasil e no exterior. Em Congonhas (SP), ele, em média, é de uma hora, enquanto no aeroporto central de Chicago (EUA), de porte comparável, é de 25 minutos.
Dados do movimento da aviação civil brasileira não deixam dúvida quanto ao tamanho e à urgência do problema. Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da própria Infraero, tem sido explosivo o aumento do número de passageiros transportados este ano: 27% de janeiro a agosto, em comparação com o mesmo período de 2009. E tudo indica que as companhias aéreas vão fechar o ano com expansão de pelo menos 30% de seu movimento, ritmo mais de quatro vezes acima dos 7% previstos para o crescimento da economia. Desde 2007, quando o país foi surpreendido pelo maior apagão aéreo de sua história, ficou clara a existência de uma forte demanda reprimida no setor. O desconforto, os atrasos e os cancelamentos de voos são, na verdade, apenas a face mais visível da falta de investimentos do governo na infraestrutura aeroportuária, que, segundo a maioria dos especialistas, não deveria ter esperado a Copa de 2014. Resta a expectativa de que o cronograma anunciado seja mesmo cumprido.

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