27 de outubro de 2010
Sílvio Guedes Crespo
O jornal britânico “Financial Times” mais uma vez se posicionou a favor do candidato à Presidência do Brasil José Serra (PSDB), agora em sua principal coluna editorial, que corresponde à posição oficial da publicação.
No dia 20 de outubro, o mesmo diário defendeu o candidato tucano na Lex Column, uma das colunas mais antigas do periódico, que não é assinada e expõe a opinião da publicação especificamente em relação a assuntos do mercado financeiro.
Se a Lex Column deu um apoio indireto a Serra – dizendo apenas que a austeridade fiscal seria a melhor saída para o problema do câmbio no Brasil, e acrescentando que o tucano é o candidato que mais defende essa proposta – agora o “Financial Times” foi o mais direto possível. “José Serra é a melhor escolha para presidente, por pouco”, afirmou o jornal, logo abaixo do título, na edição impressa. Na versão online, não há subtítulo e, portanto, essa sentença não aparece.
O editorial do “Financial Times” vem seis dias depois de a revista também britânica “The Economist” escrever, na edição que ainda está nas bancas do Reino Unido, que o Brasil “vai ser beneficiado” se o PT, após oito anos na Presidência, sair do comando do Poder Executivo.
Ontem (terça-feira, 26), o “Wall Street Journal” publicou uma reportagem em que também se mostrava claramente favorável à vitória de Serra, porém trazia fortes críticas à forma como o candidato vem fazendo campanha.
Resumidamente, o “Journal” disse que o tucano é um “centrista respeitável”, citou os principais momentos da carreira política dele e ainda exibiu, no site, um álbum de fotos do candidato, com imagens desde a sua infância, cedidas pelos organizadores da campanha – e não publicou material similar a respeito de Dilma Rousseff (PT). A crítica do “Journal” é de que Serra não foi capaz de mostrar aos eleitores suas diferenças em relação à petista. O diário chegou a dizer que o tucano usou clichês demais, como o de dizer que vai melhorar o País, e não se ateve a temas específicos.
Parecidos, mas diferentes
O editorial do “Financial Times” considera que os dois candidatos que passaram para o segundo turno são “notadamente similares” e que, “onde há diferenças, elas são , mas significativas”.
Dilma e Serra se assemelham por serem, na visão do jornal, “social-democratas que acreditam em políticas de apoio ao mercado com um amplo componente social”. Ambos são “tecnocratas intrometidos” e “sem carisma”.
As diferenças apontadas pelo “Financial Times” são basicamente quatro. A primeira é que Serra seria mais preocupado com o equilíbrio fiscal. “Ele iria parar de usar as manobras recentemente adotadas para atingir metas fiscais.” Ontem, por exemplo, o governo divulgou dados sobre as contas públicas mostrando que a capitalização da Petrobrás fez com que o governo central tivesse um superávit primário recorde na política fiscal.
A segunda, que de certa forma está ligada à questão da política fiscal, é em relação ao tamanho do Estado. “A senhora Rousseff é a favor de um Estado maior, ainda que um quinto das empresas de capital aberto já tenha o Estado entre os seus cinco principais acionistas”.
A terceira diferença seria uma postura “menos indulgente” de Serra em relação a países como Irâ, Venezuela e Cuba, segundo o jornal. Por fim, “a maior diferença”, está no fato de que, no caso da vitória de Dilma, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva exerceria uma “presidência paralela”, “como Putin na Rússia”, e depois poderia voltar ao poder em 2014 e 2018. “Ainda que seja apenas para interromper essa relação com o poder, Serra é a melhor escolha para o Brasil”, conclui o “Financial Times”.
No dia 20 de outubro, o mesmo diário defendeu o candidato tucano na Lex Column, uma das colunas mais antigas do periódico, que não é assinada e expõe a opinião da publicação especificamente em relação a assuntos do mercado financeiro.
Se a Lex Column deu um apoio indireto a Serra – dizendo apenas que a austeridade fiscal seria a melhor saída para o problema do câmbio no Brasil, e acrescentando que o tucano é o candidato que mais defende essa proposta – agora o “Financial Times” foi o mais direto possível. “José Serra é a melhor escolha para presidente, por pouco”, afirmou o jornal, logo abaixo do título, na edição impressa. Na versão online, não há subtítulo e, portanto, essa sentença não aparece.
O editorial do “Financial Times” vem seis dias depois de a revista também britânica “The Economist” escrever, na edição que ainda está nas bancas do Reino Unido, que o Brasil “vai ser beneficiado” se o PT, após oito anos na Presidência, sair do comando do Poder Executivo.
Ontem (terça-feira, 26), o “Wall Street Journal” publicou uma reportagem em que também se mostrava claramente favorável à vitória de Serra, porém trazia fortes críticas à forma como o candidato vem fazendo campanha.
Resumidamente, o “Journal” disse que o tucano é um “centrista respeitável”, citou os principais momentos da carreira política dele e ainda exibiu, no site, um álbum de fotos do candidato, com imagens desde a sua infância, cedidas pelos organizadores da campanha – e não publicou material similar a respeito de Dilma Rousseff (PT). A crítica do “Journal” é de que Serra não foi capaz de mostrar aos eleitores suas diferenças em relação à petista. O diário chegou a dizer que o tucano usou clichês demais, como o de dizer que vai melhorar o País, e não se ateve a temas específicos.
Parecidos, mas diferentes
O editorial do “Financial Times” considera que os dois candidatos que passaram para o segundo turno são “notadamente similares” e que, “onde há diferenças, elas são , mas significativas”.
Dilma e Serra se assemelham por serem, na visão do jornal, “social-democratas que acreditam em políticas de apoio ao mercado com um amplo componente social”. Ambos são “tecnocratas intrometidos” e “sem carisma”.
As diferenças apontadas pelo “Financial Times” são basicamente quatro. A primeira é que Serra seria mais preocupado com o equilíbrio fiscal. “Ele iria parar de usar as manobras recentemente adotadas para atingir metas fiscais.” Ontem, por exemplo, o governo divulgou dados sobre as contas públicas mostrando que a capitalização da Petrobrás fez com que o governo central tivesse um superávit primário recorde na política fiscal.
A segunda, que de certa forma está ligada à questão da política fiscal, é em relação ao tamanho do Estado. “A senhora Rousseff é a favor de um Estado maior, ainda que um quinto das empresas de capital aberto já tenha o Estado entre os seus cinco principais acionistas”.
A terceira diferença seria uma postura “menos indulgente” de Serra em relação a países como Irâ, Venezuela e Cuba, segundo o jornal. Por fim, “a maior diferença”, está no fato de que, no caso da vitória de Dilma, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva exerceria uma “presidência paralela”, “como Putin na Rússia”, e depois poderia voltar ao poder em 2014 e 2018. “Ainda que seja apenas para interromper essa relação com o poder, Serra é a melhor escolha para o Brasil”, conclui o “Financial Times”.
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