Enquanto não vencermos nossas dificuldades estruturais (energia, estradas, saneamento etc) e as conjunturais (fisiologismo, sindicalismo, nepotismo, ideologia etc etc) estaremos sempre aquém de nossa plena capacidade dada por nosso grande potencial.
Os entraves são tão fortes e incidentes que nem dois próceres da esquerda, que durante o governo FHC eram contra e hoje reconhecem a necessidade de se investir mais, conseguem prosseguir com soluções adequadas.
Imagine-se o quanto de riqueza e de geração de empregos e diminuição da desigualdade social se conseguiria se movimentássemos, apenas 5%.
Vale a reflexão.
Aviação movimenta 1% do PIB no Brasil
Alberto Komatsu
Valor Econômico
A aviação brasileira movimenta R$ 32 bilhões, o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estudo da Oxford Economics, feito a pedido da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata).
A aviação brasileira movimenta por ano R$ 32 bilhões ou o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Isso é o que mostra um estudo inédito da Associação Internacional do Transporte Aéreo (da sigla em inglês Iata), obtido com exclusividade pelo Valor. O levantamento foi feito pela consultoria Oxford Economics, oriunda da conceituada universidade britânica Oxford.
O estudo encomendado pela Iata levou em conta dados do ano de 2009. Incluiu o faturamento de empresas aéreas, aeroportos e serviços em terra, entre outros. Também levou em conta a contribuição da cadeia de fornecedores do setor aéreo e seus empregados. No total, o setor aéreo emprega 684 mil pessoas no país.
Do total movimentado pela indústria aérea, R$ 13,3 bilhões são gerados pelas companhias aéreas, aeroportos e serviços terrestres. Mais R$ 11,5 bilhões são a contribuição da cadeia de fornecedores. Outros R$ 7,3 bilhões são provenientes de gastos dos funcionários do setor aéreo e de seus fornecedores. Segundo o levantamento, se fossem incluídos os R$ 9,9 bilhões gerados pelo turismo, a participação no PIB aumentaria para 1,3%.
"A aviação deveria estar na tela de radar do governo como uma indústria que promove valor, como um ativo estratégico", diz o diretor geral da Iata, Tony Tyler. Ele participou ontem da abertura do Fórum de Líderes da Associação Latino-Americana do Transporte Aéreo (Alta), a congênere latina da Iata.
A América Latina, diz Tyler, tem mostrado neste ano um dos melhores desempenhos da aviação mundial. Em sua última divulgação de desempenho do setor, em setembro, a Iata mostra que a região teve a maior taxa de expansão, de 10,6% na comparação anual. No mundo, a média ficou em 5,6%. De janeiro a setembro, a América Latina acumula expansão de 10,9% no tráfego de passageiros - no mundo, é de 7,5%.
Para 2012, a Iata estima crescimento de 8,2% no tráfego de passageiros e carga, enquanto no mundo essa média está em 4,5%. Tyler revela que esses números serão revisados em dezembro, mas não deu detalhes se a revisão seria para cima ou para baixo. "A América Latina deve continuar como uma das regiões com o mais rápido crescimento em todo o mundo, assim como o Oriente Médio", disse ele.
Apesar do bom desempenho da América Latina, especialmente do Brasil, Tyler mostrou preocupação com o modelo de concessão dos aeroportos no país. Ele criticou o fato de o governo brasileiro manter participação acionária nos aeroportos e ser o regulador desse setor, enquanto as companhias aéreas terão participação limitada a 1% nos consórcios que disputarão os leilões. "Isso cria um conflito de interesses", afirmou.
Presente ao evento da Alta, o ministro da Secretaria Especial de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, defendeu a posição do governo. "O modelo (de concessão) foi muito bem equilibrado. A gente teve preocupação com todos os ângulos. Numa concessão, você hoje tem o monopólio no Brasil, 97% dos aeroportos são administrados pela Infraero. Após a concessão, 67% serão administrado pela Infraero e o resto pela iniciativa privada. Isso vai permitir mais competição, melhores práticas, mais investimento e diversificação", disse Bittencourt.
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