quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O desafio da Fome

Este tema ainda será prioritário na agenda nacional. Relembro que o presidente Lula iniciou uma campanha mundial com o fito de gerar mais visibilidade para si do que, propriamente, dirimir o problema em casa.
Há um enorme elenco de causas incidentes que ainda não foram tratados com seriedade, dentre eles o baixo índice de saneamento global no país.
A Segurança Alimentar, no mundo, é vista como uma dimensão bem maior do que a questão do poder aquisitivo, carro-chefe e, talvez, único, do problema como é encarado no Brasil. Ressalta-se que crianças com sobre-peso também podem ser desnutridas ou fora dos critérios básicos promulgados pala FAO no mundo.
Enquanto não ser resolver problemas básicos de saneamento, energia elétrica de qualidade e sustentável e vias de acesso terrestres não se consegue debelar o problema da desnutrição.
E assunto de gente grande.

EDITORIAL - ESTADO DE MINAS - 13/10/2010

No Brasil, o direito à alimentação é garantido pela Constituição

Vinte e nove países ainda apresentaram níveis alarmantes de fome e mais de 1 bilhão de pessoas não tinham o que comer em 2009, de acordo com um novo relatório sobre a situação no mundo todo. Líderes mundiais estão longe de uma das Metas do Milênio, estabelecidas em 1990, de reduzir pela metade o número de pessoas famintas em 2015, segundo o Índice Mundial da Fome, publicação anual do Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas Alimentares e outras entidades assistenciais. A maioria desses países fica na África Subsaariana e no Sul da Ásia. As crianças são citadas como especialmente vulneráveis. “Países com número elevado de pessoas que passam fome precisam agir para melhorar a nutrição das crianças durante os primeiros mil dias depois da concepção, incluindo nutrição pré-natal e programas de educação nutricional para mulheres grávidas”, alerta Marie Ruel, chefe da Divisão de Pobreza, Saúde e Nutrição do instituto.

A desnutrição na primeira infância perpetua a pobreza de uma geração para outra. A porcentagem de pessoas subnutridas caiu de 20% em 1990-1992 para 16% em 2004-2006. A Organização das Nações Unidas (ONU) acredita que o número de pessoas que passam fome caia de 1 bilhão em 2009 para 925 milhões este ano. Mas o índice mostra que algumas regiões ainda estão lutando contra o problema e que as causas da fome diferem em todo o mundo, de acordo com o relatório. Nos últimos 20 anos, globalmente, o índice mundial da fome melhorou 24%. No entanto, o progresso varia enormemente de uma região para outra. Os 10 países com os piores indicadores de fome – todos classificados como “extremamente alarmantes” ou “alarmantes” – foram a República Democrática do Congo, Burundi, Eritreia, Chade, Etiópia, Serra Leoa, Haiti, Comoros, Madagascar e República Centro-Africana.

No Brasil, a fome reside onde há pobreza e falta de acesso a direitos sociais básicos. Mesmo com a mobilização histórica da sociedade civil pela causa e a implementação de políticas públicas de segurança alimentar, ainda existem em todo o país pessoas que não têm acesso a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para a manutenção da saúde. A desnutrição infantil dá sinais mais claros do problema nas áreas rurais e urbanas. No Rio de Janeiro, na Cidade de Deus, um levantamento feito em 2008 mostrou que 22% das mais de 2 mil crianças pesquisadas estavam desnutridas. Em Alagoas, 9,5% das crianças de até 5 anos apresentam desnutrição crônica (baixa altura em relação à idade). Em fevereiro, a alimentação passou a ser um direito garantido na Constituição Federal (CF), incluído no artigo 6º da Carta, passando a ser assegurado pelo Estado. Resta agora ao poder público cumprir a determinação constitucional. Nos últimos anos, programas assistencialistas têm dado bons resultados, mas ainda são frágeis para apagar de vez essa mácula da vida nacional.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

GEOMAPS


celulares

ClustMaps