Autor Desconhecido
Hoje acordei sentindo uma dorzinha…
Aquela dor sem explicação, e uma palpitação!
Resolvi procurar um doutor…
Fui divagando pelo caminho…
Lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco e que para mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo…
Meu Doutor que curava a minha dor!
Não apenas a do meu corpo mas a da minha alma…
Que me transmitia paz e calma!
Chegando à recepção do consultório,
fui atendida com uma pergunta:
“Qual o seu plano?”
O meu plano? Ah, o meu plano é viver mais e feliz!
É dar sorrisos, aquecer os que sentem frio e preencher esse vazio que sinto agora!
Mas, a resposta teria que ser outra!
O “meu plano de saúde…”
Apresentei o documento do dito cujo,
já meio suado, tanto quanto o meu bolso… E aguardei.
Quando fui chamada corri apressada…
Ia ser atendida pelo Doutor,
Ele que cura qualquer tipo de dor!
Entrei e o olhei…
Me surpreendi…
Rosto trancado, triste e cansado.
“Será que ele estava adoentado?
É, quem sabe, talvez gripado!”
Não tinha um semblante alegre provavelmente devido à febre…
Dei um sorriso meio de lado e um bom dia!
Olhei o ambiente bem decorado
Sobre a mesa, à sua frente, um computador e no seu semblante a sua dor…
O que fizeram com o Doutor?
Quando ouvi a sua voz de repente:
“O que a senhora sente?”
Como eu gostaria de saber o que ele estava sentindo…
parecia mais doente do que eu, a paciente…
“Eu? Ah! Sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação”
e esperei a sua reação.
Vai me examinar, escutar a minha voz
e auscultar o meu coração.
Para minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse:
“Peça autorização desses exames para conseguir a realização…”
Quando li quase morri…
“Tomografia computadorizada”,
“Ressonância magnética”,
“e Cintilografia!”
Ai, meu Deus! Que agonia!!
Eu só conhecia uma tal de “abreugrafia”…
Só sabia o que era ressonar (dormir),
de magnético eu conhecia um olhar…
E cintilar só o das estrelas!
Estaria eu à beira da morte?
E ir para o céu?
Iria morrer assim ao léu?
Naquele instante timidamente pensei em falar:
“Não terá o senhor uma amostra grátis de calor humano para aquecer esse meu frio?”
O que fazer com essa sensação de vazio?
Me observe Doutor!
O tal “Pai da Medicina”, o grego Hipócrates,
acreditava que
A ARTE DA MEDICINA ESTAVA EM OBSERVAR.
Olhe para mim…
É bem verdade que o juramento dele está ultrapassado!
Médico não é sacerdote…
Tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano…
Mas, por favor, me olhe!
Ouça a minha história!
Preciso que o senhor me escute e ausculte!
Me examine!
Estou sentindo falta de dizer até aquele 33!
Não me abandone assim de uma vez!
Procure os sinais da minha doença
e cultive a minha esperança!
Alimente a minha mente e o meu coração…
Me dê ao menos uma explicação!
O senhor não se informou se eu ando descalça…
Ando sim!
Gosto de pisar na areia e seguir em frente deixando as minhas pegadas pelas estradas da vida,
estarei errada?
Ou estarei com o verme do amarelão?
Existirá umas gotinhas de solução?
Será que já existe vacina contra o tédio?
Ou não terá remédio?
Que falta o senhor me faz, meu antigo doutor!
Cadê o Sccot, aquele da emulsão?
Que tinha um gosto horrível mas me deixava forte que nem um Sansão!
E o Elixir?
Paregórico e categórico,
e o chazinho de cidreira, que me deixava a sorrir sem tonteiras?
Será que pensei asneiras?
Ah! Meu querido e adoentado doutor!
Sinto saudade…
Dos seus ouvidos para me escutar…
Das suas mãos para me examinar…
Do seu olhar compreensivo e amigo…
Do seu pensar…
Do seu sorriso que aliviava a minha dor…
Que me dava forças para lutar contra a doença…
E que estimulava a minha saúde e a minha crença…
Sairei daqui para um ataúde?
Preciso viver e ter saúde!
Por favor, me ajude!
Oh! meu Deus,
cuide do meu médico e de mim,
caso contrário chegaremos ao fim…
Porque da consulta só restou uma requisição digitada em um computador
E o olhar vago e cansado do doutor!
Precisamos urgente dos nossos médicos amigos…
A medicina agoniza…
Ouço até os seus gemidos…
Por favor!
Tragam de volta o meu doutor!
Estamos todos doentes e sentindo dor!
E peço!
Para o ser humano
uma receita de calor
e para o exercício da medicina
uma prescrição de amor!
Onde andará o meu doutor?
Aquela dor sem explicação, e uma palpitação!
Resolvi procurar um doutor…
Fui divagando pelo caminho…
Lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco e que para mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo…
Meu Doutor que curava a minha dor!
Não apenas a do meu corpo mas a da minha alma…
Que me transmitia paz e calma!
Chegando à recepção do consultório,
fui atendida com uma pergunta:
“Qual o seu plano?”
O meu plano? Ah, o meu plano é viver mais e feliz!
É dar sorrisos, aquecer os que sentem frio e preencher esse vazio que sinto agora!
Mas, a resposta teria que ser outra!
O “meu plano de saúde…”
Apresentei o documento do dito cujo,
já meio suado, tanto quanto o meu bolso… E aguardei.
Quando fui chamada corri apressada…
Ia ser atendida pelo Doutor,
Ele que cura qualquer tipo de dor!
Entrei e o olhei…
Me surpreendi…
Rosto trancado, triste e cansado.
“Será que ele estava adoentado?
É, quem sabe, talvez gripado!”
Não tinha um semblante alegre provavelmente devido à febre…
Dei um sorriso meio de lado e um bom dia!
Olhei o ambiente bem decorado
Sobre a mesa, à sua frente, um computador e no seu semblante a sua dor…
O que fizeram com o Doutor?
Quando ouvi a sua voz de repente:
“O que a senhora sente?”
Como eu gostaria de saber o que ele estava sentindo…
parecia mais doente do que eu, a paciente…
“Eu? Ah! Sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação”
e esperei a sua reação.
Vai me examinar, escutar a minha voz
e auscultar o meu coração.
Para minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse:
“Peça autorização desses exames para conseguir a realização…”
Quando li quase morri…
“Tomografia computadorizada”,
“Ressonância magnética”,
“e Cintilografia!”
Ai, meu Deus! Que agonia!!
Eu só conhecia uma tal de “abreugrafia”…
Só sabia o que era ressonar (dormir),
de magnético eu conhecia um olhar…
E cintilar só o das estrelas!
Estaria eu à beira da morte?
E ir para o céu?
Iria morrer assim ao léu?
Naquele instante timidamente pensei em falar:
“Não terá o senhor uma amostra grátis de calor humano para aquecer esse meu frio?”
O que fazer com essa sensação de vazio?
Me observe Doutor!
O tal “Pai da Medicina”, o grego Hipócrates,
acreditava que
A ARTE DA MEDICINA ESTAVA EM OBSERVAR.
Olhe para mim…
É bem verdade que o juramento dele está ultrapassado!
Médico não é sacerdote…
Tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano…
Mas, por favor, me olhe!
Ouça a minha história!
Preciso que o senhor me escute e ausculte!
Me examine!
Estou sentindo falta de dizer até aquele 33!
Não me abandone assim de uma vez!
Procure os sinais da minha doença
e cultive a minha esperança!
Alimente a minha mente e o meu coração…
Me dê ao menos uma explicação!
O senhor não se informou se eu ando descalça…
Ando sim!
Gosto de pisar na areia e seguir em frente deixando as minhas pegadas pelas estradas da vida,
estarei errada?
Ou estarei com o verme do amarelão?
Existirá umas gotinhas de solução?
Será que já existe vacina contra o tédio?
Ou não terá remédio?
Que falta o senhor me faz, meu antigo doutor!
Cadê o Sccot, aquele da emulsão?
Que tinha um gosto horrível mas me deixava forte que nem um Sansão!
E o Elixir?
Paregórico e categórico,
e o chazinho de cidreira, que me deixava a sorrir sem tonteiras?
Será que pensei asneiras?
Ah! Meu querido e adoentado doutor!
Sinto saudade…
Dos seus ouvidos para me escutar…
Das suas mãos para me examinar…
Do seu olhar compreensivo e amigo…
Do seu pensar…
Do seu sorriso que aliviava a minha dor…
Que me dava forças para lutar contra a doença…
E que estimulava a minha saúde e a minha crença…
Sairei daqui para um ataúde?
Preciso viver e ter saúde!
Por favor, me ajude!
Oh! meu Deus,
cuide do meu médico e de mim,
caso contrário chegaremos ao fim…
Porque da consulta só restou uma requisição digitada em um computador
E o olhar vago e cansado do doutor!
Precisamos urgente dos nossos médicos amigos…
A medicina agoniza…
Ouço até os seus gemidos…
Por favor!
Tragam de volta o meu doutor!
Estamos todos doentes e sentindo dor!
E peço!
Para o ser humano
uma receita de calor
e para o exercício da medicina
uma prescrição de amor!
Onde andará o meu doutor?
Autor Desconhecido
Onde andará meu doutor?
Cons. Geraldo Caldeira (Em resposta ao texto anterior)
Cons. Geraldo Caldeira (Em resposta ao texto anterior)
Desiludida cliente. Vou lhe responder, seguindo o seu texto, o que fizeram com o seu doutor, para ele ter desaparecido.
O seu doutor, que era conselheiro, amigo, parceiro, como um “pai e anjo” não tem como permanecer mais neste lugar. Não pode ser pai porque os clientes não se comportam como filhos. Já chegam agressivos, sem acreditar no médico, desiludidos.
Não podem ser anjos porque os clientes, revoltados com os desacertos governamentais com a saúde brasileira, já os colocam como demônios. Amigo sempre será se lhe for dada a chance de demonstrá-lo.
Você esperava sorrisos, mas diz que encontrou uma cara de doente, triste e cansado. Sim, você tem razão. Os médicos estão sem saúde pois, pela Organização Mundial de Saúde, esta é “um bem estar bio-psico-social”. Ele está muito distante disto. Este tripé já foi desarmado e quase destruído pelos que deveriam ser os promotores da saúde no país, os governantes.
O SUS paga salários vis às consultas básicas, já comparadas pelo ex-ministro Adib Jatene ao preço de um engraxar de sapatos. O governo do Estado paga salários correspondentes a dois salários mínimos, o mesmo que recebe uma doméstica de mais qualidade. No recente aumento para os seus funcionários teve a insensatez, apoiado pelos senhores deputados, de dar 3% apenas para os médicos e de 8% em diante para os demais.
Os planos de saúde, que tiraram os médicos da condição de profissional liberal, acabaram com a clínica particular, transformando-os em cooperados, também não podem pagar os devidos valores dos procedimentos.
Assim sendo, no plano social, o médico, no geral, é classe média baixa. Para se ter uma vida mais digna tem que trabalhar em três ou quatro lugares, muitos deles em cidades da Grande BH. Correm contra o relógio e enfrentam trânsitos lentos e perigosos.
Como resultado, o médico está triste, revoltado e deprimido. Já que não há adequação psico-social, como pode estar bem biologicamente?
Eis, descrente cliente, o que fizeram com o seu doutor. Você queixa que ele não examina. Certo, mas sabe por quê? Porque ele dispõe de pouquíssimos minutos para dar conta de atender à enorme fila de pacientes que se vê obrigado a fazer.
Você cobra mais calor humano. Também está certa. Mas calor humano é o resultado de uma troca. A senhora acha que os clientes estão fazendo a sua parte? Quando já chegam xingando, brigando, exigindo resultados? Pode estar certa que o médico também está sofrendo muito com a sensação de vazio nesta relação. O que ele vê no reflexo-olhar do cliente? Revolta, decepção, insatisfação, desilusão. É compreensível. Vocês pagam impostos e não tem retorno. Têm que pagar planos particulares, com caras mensalidades. Como esperar, prezada cliente, que ele de conta de sustentar o olhar no seu? Sabemos todos que uma das grandiosidades da profissão médica é a capacidade de transcendência que o médico tem e aplica. Todavia, neste viés, ele está no limite.
Precisa ouvir sua história, você reclama. Está correto. Mas como ouvir, examinar, concluir e adotar procedimentos finais em tão pouco tempo? Ele jamais desejou isso. Preparou-se anos e anos para ser médico, na plenitude da profissão. Usurparam-lhe estes planos. A senhora sabe que, pelo interesse financeiro de muitos, e especialmente da mídia, todos os seus atos estão sub-judice, com o famigerado “erro médico”. Confundem insucessos e complicações irreversíveis e mundiais da medicina como se fossem erros. Inverteu-se um princípio jurídico milenar: hoje, os médicos são culpados até que eles provem o contrário Para se proteger disso, tem que pedir todos os modernos exames complementares. Cada vez mais destrói-se a relação médico-paciente. Cada vez mais sente-se vítima do Sistema de Saúde no Brasil.
Sente saudade do seu médico, modelo antigo?
Pois bem, o médico também sente saudade:
O seu doutor, que era conselheiro, amigo, parceiro, como um “pai e anjo” não tem como permanecer mais neste lugar. Não pode ser pai porque os clientes não se comportam como filhos. Já chegam agressivos, sem acreditar no médico, desiludidos.
Não podem ser anjos porque os clientes, revoltados com os desacertos governamentais com a saúde brasileira, já os colocam como demônios. Amigo sempre será se lhe for dada a chance de demonstrá-lo.
Você esperava sorrisos, mas diz que encontrou uma cara de doente, triste e cansado. Sim, você tem razão. Os médicos estão sem saúde pois, pela Organização Mundial de Saúde, esta é “um bem estar bio-psico-social”. Ele está muito distante disto. Este tripé já foi desarmado e quase destruído pelos que deveriam ser os promotores da saúde no país, os governantes.
O SUS paga salários vis às consultas básicas, já comparadas pelo ex-ministro Adib Jatene ao preço de um engraxar de sapatos. O governo do Estado paga salários correspondentes a dois salários mínimos, o mesmo que recebe uma doméstica de mais qualidade. No recente aumento para os seus funcionários teve a insensatez, apoiado pelos senhores deputados, de dar 3% apenas para os médicos e de 8% em diante para os demais.
Os planos de saúde, que tiraram os médicos da condição de profissional liberal, acabaram com a clínica particular, transformando-os em cooperados, também não podem pagar os devidos valores dos procedimentos.
Assim sendo, no plano social, o médico, no geral, é classe média baixa. Para se ter uma vida mais digna tem que trabalhar em três ou quatro lugares, muitos deles em cidades da Grande BH. Correm contra o relógio e enfrentam trânsitos lentos e perigosos.
Como resultado, o médico está triste, revoltado e deprimido. Já que não há adequação psico-social, como pode estar bem biologicamente?
Eis, descrente cliente, o que fizeram com o seu doutor. Você queixa que ele não examina. Certo, mas sabe por quê? Porque ele dispõe de pouquíssimos minutos para dar conta de atender à enorme fila de pacientes que se vê obrigado a fazer.
Você cobra mais calor humano. Também está certa. Mas calor humano é o resultado de uma troca. A senhora acha que os clientes estão fazendo a sua parte? Quando já chegam xingando, brigando, exigindo resultados? Pode estar certa que o médico também está sofrendo muito com a sensação de vazio nesta relação. O que ele vê no reflexo-olhar do cliente? Revolta, decepção, insatisfação, desilusão. É compreensível. Vocês pagam impostos e não tem retorno. Têm que pagar planos particulares, com caras mensalidades. Como esperar, prezada cliente, que ele de conta de sustentar o olhar no seu? Sabemos todos que uma das grandiosidades da profissão médica é a capacidade de transcendência que o médico tem e aplica. Todavia, neste viés, ele está no limite.
Precisa ouvir sua história, você reclama. Está correto. Mas como ouvir, examinar, concluir e adotar procedimentos finais em tão pouco tempo? Ele jamais desejou isso. Preparou-se anos e anos para ser médico, na plenitude da profissão. Usurparam-lhe estes planos. A senhora sabe que, pelo interesse financeiro de muitos, e especialmente da mídia, todos os seus atos estão sub-judice, com o famigerado “erro médico”. Confundem insucessos e complicações irreversíveis e mundiais da medicina como se fossem erros. Inverteu-se um princípio jurídico milenar: hoje, os médicos são culpados até que eles provem o contrário Para se proteger disso, tem que pedir todos os modernos exames complementares. Cada vez mais destrói-se a relação médico-paciente. Cada vez mais sente-se vítima do Sistema de Saúde no Brasil.
Sente saudade do seu médico, modelo antigo?
Pois bem, o médico também sente saudade:
- do tempo em que era respeitado, amado e admirado pelas famílias e pela sociedade;
- do tempo em que tinha tempo para atender;
da época em que era profissional liberal, exercendo a mais nobre das profissões, quando seus atos e procedimentos eram pagos por honorários e não agora em que recebe por tabelas e gráficos
* Tem muita saudade do tempo em que a relação médico/paciente era uma relação dual. Hoje, entre os dois, intrometem-se:
* Tem muita saudade do tempo em que a relação médico/paciente era uma relação dual. Hoje, entre os dois, intrometem-se:
- as instituições;
- os planos de saúde;
- o mercado;
- a mídia;
- o “Dr. Google”.
Como afirmou Jean Paul Sartre “o homem vive em torno de seus projetos e só existe quando os realiza”.
Como vê, distinta cliente, ele está cada vez mais distante disto. Por isso sofre muito, sua auto-estima cai e a depressão bate às portas. Sofre em sua alma, em sua essência.
A senhora diz que a medicina agoniza, na verdade, a ciência médica está cada vez mais avançada, atualizada, com conquistas inimagináveis, como clonagem, células tronco, ressonâncias magnéticas etc. O que agoniza é a profissão médica. Hoje já não há mais classe médica, mas cooperados, empregados do sistema.
Você termina pedindo amor. Sua dúvida é “o maior dom divino”, para Santo Agostinho e, no Banquete de Platão, afirmou-se que “o amor produz paz entre os homens e no mar da bonança, repouso tranqüilo dos ventos e sono na dor”.
A senhora necessita dele para se curar mas os médicos dependem dele para se salvar. Espero ter respondido, em parte, à senhora, triste e discente cliente.
Pode estar certa que o CRM continuará, por todos os meios e com toda dedicação, a lutar para inverter este caminho desastroso em que a classe se viu colocada.
Juntamente com as demais entidades médicas, fará o possível para mudar o rumo desta história.
Será “o objetivo nosso de cada dia”.
Como vê, distinta cliente, ele está cada vez mais distante disto. Por isso sofre muito, sua auto-estima cai e a depressão bate às portas. Sofre em sua alma, em sua essência.
A senhora diz que a medicina agoniza, na verdade, a ciência médica está cada vez mais avançada, atualizada, com conquistas inimagináveis, como clonagem, células tronco, ressonâncias magnéticas etc. O que agoniza é a profissão médica. Hoje já não há mais classe médica, mas cooperados, empregados do sistema.
Você termina pedindo amor. Sua dúvida é “o maior dom divino”, para Santo Agostinho e, no Banquete de Platão, afirmou-se que “o amor produz paz entre os homens e no mar da bonança, repouso tranqüilo dos ventos e sono na dor”.
A senhora necessita dele para se curar mas os médicos dependem dele para se salvar. Espero ter respondido, em parte, à senhora, triste e discente cliente.
Pode estar certa que o CRM continuará, por todos os meios e com toda dedicação, a lutar para inverter este caminho desastroso em que a classe se viu colocada.
Juntamente com as demais entidades médicas, fará o possível para mudar o rumo desta história.
Será “o objetivo nosso de cada dia”.
Cons. Geraldo Caldeira
Agora imagine a situação das demais profissões da saúde!
ResponderExcluirMas há algumas observações... "O SUS paga salários vis às consultas básicas (...) Para se ter uma vida mais digna tem que trabalhar em três ou quatro lugares (...)"
Em alguns serviços, os salários dos médicos são baixos, porém, na maioria das instituições públicas isso não ocorre. Por exemplo, em um PSF daqui no interior do CE chegam a oferecer salários de 8mil, 10mil, 12mil reais e poucos médicos se habilitam a ir, primeiro porque acham que a Atenção Básica de Saúde é bobagem e, segundo, porque não querem morar no interior. Preferem ficar nos grandes centros urbanos em 3 a 4 empregos, e, muitos não ganham pouco não. De cada emprego ganham bem e acabam só sendo visitantes dos hospitais e não atuando, de fato, como médicos. Ficam em 3 a 4 empregos pelo simples fato de poder ostentar o padrão de vida que acreditam ser à altura da profissão!
Quanto aos "pouquíssimos minutos para dar conta de atender à enorme fila de pacientes", isso não é motivo ou desculpa para não sequer olhar e atender com educação às pessoas que os buscam. Porque eu já vi médico que trabalha numa emergência de um grande hospital de Fortaleza, que é um verdadeiro caos, um dos maiores caos que já vi, e ele nunca deixou de atender bem a nenhum paciente. Pode até atender com uma certa pressa, sem ter condições de escutar adequadamente e dar a devida atenção, mas, pelo menos atender com paciência, educação e competência, isso ele não deixava de fazer. E já vi também alguns outros médicos com a mesma postura.
Mas a maioria não age assim, e pode ter certeza que não é por causa do tempo escasso. Além de poder ser uma característica individual, a explicação também pode estar na forma como os atuais médicos estão sendo preparados dentro das universidades. Aliás, a Medicina sempre esteve mais atenta à DOENÇA do que ao DOENTE! Os pacientes são mencionados pelo diagnóstico médico e não pelo seu nome. Aos poucos isso vem mudando, com os programas de incentivos à humanização de atendimento.
Uma boa dica de filme: Patch Adams, o amor é contagioso. Esse filme mostra a visão de um médico que não tem só o objetivo de curar, mas também de CUIDAR.
A Enfermagem abraçou o conceito de CUIDAR como sua principal missão, justamente por esse fato de a Medicina sempre se importar mais com a cura de uma doença do que com a saúde do cliente!
E o médico nunca deixou de ser respeitado, enquanto que outros profissionais nunca tiveram seu trabalho reconhecido perante a sociedade.
E devemos nos atentar pra um detalhe: muitos médicos acham-se desrespeitados pelo fato de serem questionados ou por causa de alguma recusa por parte do paciente ou da família a algum procedimento ou tratamento. Isso não é uma afronta ao profissional, mas apenas um direito assegurado pela Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde (http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/apresentacao_carta_direitos_usuarios_saude.pdf), que poucos têm conhecimento da sua existência.