Um tema que merece ser acompanhado.
Alemanha, Itália e Espanha também, anos atrás, tiveram as mesmas situações de déficit público ampliados e os cortes foram objeto de reprovação popular.
O que é notável no ocorrido é que, a exemplo das greves e tumultos de 1998, quando perdemos a final da Copa para a França, o país foi mobilizado pelas centrais sindicais e movimentos sociais resultando em incêndios, invasões e depredação de patrimônio público. O furor se repetirá em breve.
CORREIO BRAZILIENSE - 20/10/2010
A sexta jornada de greves e protestos na França, iniciada na última sexta-feira, lançou o país em grave perturbação social. A resistência das centrais sindicais ao programa de reformas do presidente Nicolas Sarkozy cresce a cada instante com a adesão de novas categorias profissionais. O centro do litígio é a férrea oposição dos trabalhadores e estudantes, com apoio de 71% da população (segundo o diário Le Parisien), à elevação de 60 anos para 62 anos de idade do prazo para o gozo de aposentadoria.
Não só os sistemas de metrô, de trens urbanos e de transportes de cargas foram paralisados. Refinarias, segundo o comando grevista suspenderam a produção, enquanto depósitos ainda não estimados de combustíveis estão sob bloqueio. A crise no abastecimento desativou até agora 2.500 postos de serviço dos 4.800 existentes no país. Para agravar a situação, parte dos controladores de voo cruzou os braços. O tráfego aéreo está reduzido em mais de 30% das decolagens.
Aí o cenário das turbulências em curso na França, agitado por manifestações que, segundo líderes sindicalistas, movimentaram nas ruas mais de 2,5 milhões de pessoas na segunda-feira. O mesmo número é esperado para hoje. Em alguns pontos do país houve conflitos entre grupos em protesto e policiais, mas reduzidos a lesões de pouca gravidade.
A despeito da irresignação dos franceses com a alteração do regime de aposentadoria, parece não haver alternativa ao presidente Sarkozy e ao primeiro-ministro François Filon senão implementá-la. O sistema se encontra no limite de liquidez. Cálculos de especialistas indicam que o envelhecimento da população, causa de enorme recesso na arrecadação, aponta a necessidade de elevar os fluxos de recursos em cerca de 40 bilhões de euros no próximos anos. Ou se impõe nova ordem financeira à instituição ou a omissão conduzi-la-á à falência.
Os acontecimentos na França em boa medida resultam dos problemas compartilhados com os demais países europeus. A União Europeia não se refez das trepidações político-econômicas mundiais provocadas, há pouco mais de dois anos, pelas operações ambiciosas e insanas de Wall Street. A região convive hoje com taxas alarmantes de desemprego, espaço de torrentes migratórias, escassez de recursos para investimentos, desequilíbrio financeiro nas relações entre as nações da zona do euro e queda no potencial exportador.
As condições adversas empurram as reformas sociais para os planos prioritários dos governos. A estrutura da UE é avessa à existência de crises em Estados-partes. Para se manter em equilíbrio fiscal, é forçada a socorrer parceiros em crise, tal como o fez há pouco em relação à Grécia. Embora situada em posição de vanguarda na Europa do euro, a França cuida de fechar as portas a instabilidades. E aqui está outro motivo para a reforma da previdência.
Não só os sistemas de metrô, de trens urbanos e de transportes de cargas foram paralisados. Refinarias, segundo o comando grevista suspenderam a produção, enquanto depósitos ainda não estimados de combustíveis estão sob bloqueio. A crise no abastecimento desativou até agora 2.500 postos de serviço dos 4.800 existentes no país. Para agravar a situação, parte dos controladores de voo cruzou os braços. O tráfego aéreo está reduzido em mais de 30% das decolagens.
Aí o cenário das turbulências em curso na França, agitado por manifestações que, segundo líderes sindicalistas, movimentaram nas ruas mais de 2,5 milhões de pessoas na segunda-feira. O mesmo número é esperado para hoje. Em alguns pontos do país houve conflitos entre grupos em protesto e policiais, mas reduzidos a lesões de pouca gravidade.
A despeito da irresignação dos franceses com a alteração do regime de aposentadoria, parece não haver alternativa ao presidente Sarkozy e ao primeiro-ministro François Filon senão implementá-la. O sistema se encontra no limite de liquidez. Cálculos de especialistas indicam que o envelhecimento da população, causa de enorme recesso na arrecadação, aponta a necessidade de elevar os fluxos de recursos em cerca de 40 bilhões de euros no próximos anos. Ou se impõe nova ordem financeira à instituição ou a omissão conduzi-la-á à falência.
Os acontecimentos na França em boa medida resultam dos problemas compartilhados com os demais países europeus. A União Europeia não se refez das trepidações político-econômicas mundiais provocadas, há pouco mais de dois anos, pelas operações ambiciosas e insanas de Wall Street. A região convive hoje com taxas alarmantes de desemprego, espaço de torrentes migratórias, escassez de recursos para investimentos, desequilíbrio financeiro nas relações entre as nações da zona do euro e queda no potencial exportador.
As condições adversas empurram as reformas sociais para os planos prioritários dos governos. A estrutura da UE é avessa à existência de crises em Estados-partes. Para se manter em equilíbrio fiscal, é forçada a socorrer parceiros em crise, tal como o fez há pouco em relação à Grécia. Embora situada em posição de vanguarda na Europa do euro, a França cuida de fechar as portas a instabilidades. E aqui está outro motivo para a reforma da previdência.
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