Amigos, bom domingo.
Amanheço em um modorrento domingo chuvoso no Recife e, antes da turma acordar e me ocupar o dia inteiro até me fazerem desabar de sono à noite, leio o que posso sobre o Haiti.
A mensagem anterior foi destinada a colegas de classe, diplomatas e militares, dentre eles, inclusive, uma embaixadora do Haiti, Suze Percy Filippini (foto) , que sempre nos brindou com conhecimentos sobre seu país, maduros e de alto nível.
Estudamos, ainda, profundamente, o Katrina, a enchente que varreu Nova Orleans quando descobrimos até que ponto o nível de autonomia dos governos de Estado americanos podem ajudar ou atrapalhar uma sociedade. Sim, o resgate do US Army demorou porque o governador não autorizou o Presidente Bush à intervenção federal em seu estado, por incrível que possa parecer. A Constituição americana proíbe a intervenção federal sem a autorização do governador do Estado.
Também estudamos as chamadas "novas ameaças" que são reconhecidas por todos os países signatários da Carta da OEA. Nelas estão, dentre outros, tráfico de drogas, armas, pessoas, órgãos, desastres naturais, pobreza, corrupção, lavagem de dinheiro, etc.
Por incrível que possa parecer, identificamos a maioria dessas ameaças foram encontradas durante a análise, em grupos de discussão com profissionais da ONU, na MINUSTHA (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti).
O que se opera no Haiti, nestas ocasiões são intervenções autorizadas pela ONU e são denominados Mandatos onde os países, sob a coordenação de um elenco de representantes, preocupa-se em reintegrar os cidadãos haitianos na vida social e econômica de forma sustentável.
O que está me surpreendendo, novamente, é o baixo índice de profundidade e profissionalismo dos meios de comunicação que estavam focados na questão emocional e humanitária, expondo a miséria daqueles cidadãos em prol de audiância com pouquíssima informação de qualidade para ajudar ao assistente a se posicionar para uma eventual influência ainda que distante.
Posso, do que aprendemos, lhes asseverar que nossa ajuda financeira tem pouquíssimo peso, pois as nações, por intermédio de pool de empresas, enviam dinheiro grosso, via de regra em uma chance de "aquecer" este dinheiro quando os governos, em inestimável oportunidade, aceita que tais montantes sejam registrados naquelas contabilidades como enviados para ajudas humanitárias.
Agora o que está até me incomodando é o velho fantasma do imperialismo que, assombrosamente, ainda povoa a mente de pessoas de destaque em nossa sociedade, criticando a ação profissional dos militares americanos.
Nosso tropa brasileira lá não tem a expertise de fazer coordenação no nível macro que os americanos estão habituados a fazer, com experiências no Katrina, Ásia e por ocasião do Tsunami.
O link abaixo lhes remete a um interessante e esclarecedor artigo.
O Haiti não precisa de circo
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