domingo, 24 de janeiro de 2010

VEJA: Melhor com eles; impossível sem

Amigos, não tem como se combater problemas gerados por falta de notícias, mas notícias tendenciosas há que se intervir. A mídia brasileira iniciou um factóide, uma pretensa crise entre nós (irremediavelmente lançados em meio a problemas evitáveis pela atual gestão) sociedade e o governo americano. O caso da vez foi a crise de comando na ajuda ao Haiti.
Participei de seminários sobre a MINUSTAH, o mandato estabelecido pela ONU, cuja natureza é a de estabilização do Haiti, antes do terremoto, é claro. Quem manda quem vai para o Haiti é a ONU após a anuência do presidente Renée Preval. Se os americanos lá chegaram para cumprir as terefas foi a pedido dos dois primeiros na tipicidade por eles estabelecidas. O resto que a mídia e alguns de nossos próceres andam dizendo é bobagem pura, infantilidade até.
O primeiro motivo é a diferença das missões, enquanto nosso Exército comanda uma missão de Estabilização, que pressupõe efetivo e logísticas específicos, os EUA estão em uma missão de mitigação de calamidades. 
Estive lá, conheço o aeroporto, vi como são as linhas e tanques de abastecimento, o sistema parco de drenagem, as pistas, hangares e sistemas de apoio ao solo. Com o terremoto tudo isto rui e as linhas de combustível se rompem e contaminam o querosene de aviação e a gasolina. Os EUA recuperaram tudo isto em tempo record. Só eles têm esta capacidade, goste-se ou não.
É estupidez achar que o Brasil poderia comandar tal missão, ela requer uma expertise e infra-estrutura que hoje no mundo só tem os EUA. Isto é fato objetivo.
Segue, então, uma reportagem bem apropriada da Veja sobre tal assunto.



Melhor com eles; impossível sem
http://veja.abril.com.br/270110/melhor-com-eles-impossivel-sem-p-078.shtml
Se não fossem os Estados Unidos, a hecatombe no Haiti teria consequências mais devastadoras ainda. Nenhum outro país teria condições de fazer tanto em tão pouco tempo. No dia seguinte ao terremoto, 1 000 soldados já seguiam para a capital, Porto Príncipe. Drenaram a pista do aeroporto e instalaram uma torre de controle improvisada, substituindo a danificada no desastre. Foi a medida mais importante para começar a resolver o maior desafio da ajuda humanitária ao Haiti: o gargalo logístico. O país ocupa metade de uma ilha, e a infraestrutura de transportes, já precária, literalmente desapareceu. Ao contrário do grande tsunami de 2004 na Ásia, que se espalhou pelas zonas costeiras de doze países, no Haiti foi tudo concentrado em Porto Príncipe e adjacências, que viraram uma espécie de porta-aviões avariado – com centenas e centenas de voos em volta.
A intervenção de emergência feita pelos americanos no aeroporto, que até o ano passado atendia no máximo a cinco voos internacionais diários, permitiu acomodar até 150 aeronaves por dia. Mesmo assim, centenas de aviões foram desviados para a vizinha República Dominicana. Os americanos enviaram ao todo 20 000 soldados para, na prática, assumir o coração da ajuda humanitária: desentupir as vias de acesso e distribuir comida – e também, pela intervenção extensa, prevenir um eventual êxodo pelo mar rumo à Flórida. A presença maciça mexeu com o ego de diplomatas brasileiros e europeus. Além da preocupação, necessária, com o socorro aos próprios cidadãos, afloraram os habituais sentimentos antiame-ricanos. A certa altura, os americanos foram acusados de restringir o acesso ao aeroporto que eles mesmos colocaram em operação. Houve atrasos inexplicáveis e outras complicações desesperadoras, mas, se alguém estiver no meio de um desastre épico e puder escolher quem irá ajudar, vai preferir Barack Obama ou Hugo Chávez?





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