O Haiti precisa mais do que ajuda, o Haiti precisa de investimentos de longuíssimo prazo.
Durante os seminários sobre aquele país sempre perguntava como a ONU estabelecia um mandato de estabilização por períodos de seis a oito meses renováveis. Era como se, nitidamente, empurrassem o grande problema com a barriga.
Certa vez ao questionar a mediadora, que havia estado diversas vezes em Porto Príncipe lhe perguntei como ela entendia “reintegrar o cidadão haitiano na sociedade” no prazo de oito meses? Ante ao não entendimento dela prossegui com minhas ilações. Seria construído um grande campo de refugiados com todas as facilidades disponíveis pelos países, cercado contra as guangues e colocado na porteira de entrada a inscrição: Sociedade? Certo que provoquei certo desconforto, contudo, não pude resistir a tentativa de tratar-nos como alunos apedeutas.
Reintegração ou integração de grupos sociais à lide em sociedade requer infra-estrutura, geração de empregos, instituições funcionando, democracia estável dentre uma miríade de detalhes que não se consubstanciam em poucos anos.
No caso específico de nosso país irmão, requer investimentos a fundo perdido. Isto mesmo, investir para não retornar, sem o jugo das auditorias internacionais e dos países que cedem o dinheiro, caminho natural em um mundo de garantias democráticas de quem tira o dinheiro de um orçamento de uma sociedade que empresta para dar para um país que não terá condições de produzir nada, competitivamente, nos próximos vinte anos.
Adianto que a idéia de um Plano Marshall para o Haiti está ganhando corpo. Em minha opinião é absolutamente necessário. Estamos em um mundo desenvolvido onde valores cristãos devem prevalecer para a própria segurança e estabilidade da humanidade, assim, ajudar aquele país à revelia de regras de controle econômico mundial faz-se necessário. Estive, ainda que brevemente, no Haiti após seminários de estudos e constatei que tal tendência é inexorável.
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