sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Doha, momento de decisão

Lorde Brittan de Spennithorne
Valor Econômico 

Reino Unido e Brasil possuem relações muito próximas, baseadas em negócios, na amizade e em uma gama de interesses em comum. Nossas relações fazem parte da enorme rede de relações interconectadas que constituem o mundo moderno.

Minha visita ao Brasil nesta semana faz parte de um processo iniciado pelo novo governo britânico para desenvolver ainda mais as relações entre Reino Unido e Brasil, com foco especial na intensificação de ligações que beneficiem a prosperidade de ambos os nossos países.

Comércio e investimentos são essenciais para a prosperidade. Os países que crescem mais rapidamente tendem a ser aqueles com menos barreiras comerciais. Então, devemos ter um compromisso com mercados abertos globalmente, a fim de desenvolver nosso potencial econômico. O mundo não deve retornar ao protecionismo.

É por isso que o governo britânico publicou em 9 de fevereiro seu Documento de Políticas Públicas sobre Comércio e Investimentos: uma estratégia ambiciosa para impulsionar o comércio internacional e as relações de investimento, fortalecer o sistema multilateral, desenvolver nosso ambiente doméstico para negócios e permitir que os países em desenvolvimento construam seus próprios caminhos rumo ao crescimento.

O documento defende mercados abertos e alerta para os perigos do protecionismo; defende a remoção de barreiras ao comércio e a investimentos e a melhoria do acesso a mercados; pressiona pela conclusão da Rodada de Doha em 2011; defende o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC); defende uma conclusão rápida de acordos de livre comércio prioritários para a União Europeia; defende a integração comercial e regional na África; e defende o engajamento com membros do G-20 - grupo de 19 países mais a União Europeia - para alcançar esses objetivos.

Espero com interesse compartilhar nossa análise com o governo brasileiro, com o setor privado e com órgãos representativos.

A principal e mais urgente tarefa para todos nós é concluir a Rodada de Doha. Uma vez concluída, a Rodada injetará na economia mundial US$ 175 bilhões por ano. Temos uma chance real de chegar a um acordo agora. O momento está se tornando propício e perder a oportunidade que temos agora poderia resultar na primeira rodada de comércio global mal sucedida.

O Brasil já mostrou verdadeira liderança na OMC no passado, e espero que demonstre-a novamente nos próximos meses.

Concluir um ambicioso Acordo de Livre Comércio entre União Europeia e Mercosul também é uma das prioridades do Reino Unido. Tal acordo complementaria um acordo multilateral, construindo laços mais fortes entre ambos os blocos e aumentando a capacidade de nossas empresas de competir em um mercado global cada vez mais acirrado.

Bons resultados nessas duas negociações-chave beneficiarão a todos nós. O comércio não é um jogo onde alguns países ganham e outros perdem: é justamente o oposto. Todos nos tornamos mais ricos quando o comércio aumenta e progride.

Porém, os governos precisam garantir que a política comercial corresponda às necessidades de nossas empresas. O Documento de Políticas Públicas sobre Comércio explica como tencionamos fazer isso em vários de nossos principais países parceiros.

Investimentos são o outro lado da moeda. O Reino Unido é um dos grandes investidores no Brasil, em especial no setor de petróleo e gás natural. Os investimentos brasileiros no Reino Unido estão crescendo também e são muito bem recebidos.

O Reino Unido possui mais sedes europeias do que qualquer outro país, e é um dos melhores locais no mundo para se 

comercializar. E planejamos continuar assim por meio da realização de cortes nos impostos corporativos e nas regulamentações. Ficamos muito satisfeitos com o fato de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) escolher Londres como o local de sua primeira subsidiária no exterior.

Portanto, estamos diante de um grande desafio: continuar construindo uma economia global aberta e um sistema comercial que beneficie a todos nós. Isso gerará crescimento, empregos e riqueza ao redor do mundo. Estamos confiantes de que este é um desafio que Reino Unido e Brasil, juntos com outros parceiros, serão capazes de vencer.
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