ZERO HORA (RS)
Levantamento divulgado ontem neste jornal mostra que estão concluídas apenas 25% das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstas para o Estado, sendo que outros 30% sequer saíram do papel e as demais estão em andamento, embora num ritmo considerado lento. Ainda assim, o Rio Grande tem um percentual de obras finalizadas superior à média nacional, que é de 19% de acordo com a ONG Contas Abertas, que também confere as promessas e as realizações do governo.
Há duas maneiras de se interpretar esta situação. É óbvio que o governo não está conseguindo executar as obras com a velocidade prometida e desejada, mais por problemas burocráticos e questões ambientais do que propriamente por falta de recursos. Mas o importante é que projetos essenciais para a infraestrutura do Estado deslancharam, depois de muitos anos de entraves e lamentações. Nos últimos quatro anos, estradas começaram a ser construídas e duplicadas, o trensurb avança para Novo Hamburgo, o novo terminal de cargas do Salgado Filho está sendo construído, o porto de Rio Grande recebeu melhorias, uma nova hidrelétrica já opera na divisa com Santa Catarina e o Plano Estadual de Irrigação ganhou novas barragens.
Embora o Estado deva continuar lutando para destravar o que está parado, é importante que se reconheça o que já foi feito. Se o PAC andou no período em que o governo federal e o governo estadual divergiam politicamente, é de se esperar que agora, com a convergência de identidade partidária e de interesses entre as duas administrações, o ritmo das obras seja acelerado. A presidente Dilma Rousseff conhece muito bem as demandas do Rio Grande e inclusive, durante a sua campanha eleitoral, comprometeu-se com a conclusão de alguns projetos ainda no seu governo. Um deles é o da segunda ponte sobre o Guaíba, que ainda não saiu do estudo inicial de viabilidade técnica, econômica e ambiental, recém entregue pela empresa de engenharia contratada ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Esta é uma obra essencial, até para garantir que os investimentos que estão sendo feitos na Metade Sul não serão prejudicados por uma eventual interrupção da ligação com a Capital e com o centro do país pelo Litoral Norte.
Tudo é urgente quando se trata de preparar o Estado para o desenvolvimento, mas não basta reclamar e criticar. Entraves burocráticos e ambientais são normais num programa desta dimensão, especialmente num regime democrático, que deve respeitar os direitos de todos e observar estritamente a legalidade de procedimentos. Para que os interesses maiores do Estado prevaleçam, porém, é impositivo que se busquem alternativas viáveis. E que a vigilância dos cidadãos não esmoreça.
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