sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Falta examinar alternativas a Belo Monte

Enquanto a sociedade se influenciar com qualquer "especialista" falando e não exercer o espírito crítico dificilmente atingiremos o desenvolvimento econômico, pois as forças externas tais como o infeliz diretor do Avatar que teve a pachorra de dentro de nossa casa vir dizer que uma hidrelétrica é um aneurisma, a horda de apedeutas aplaude.


Sou pragmático, se quisermos diminuir a desigualdade social, a violência urbana temos que viabilizar o desenvolvimento no interior do país e este só ocorre com energia elétrica sustentável. A matemática é simples, mas muito difícil de ser vislumbrada.


Neste propósito já venho alertando aos amigos (padrão "A crônica da morte anunciada") de que teremos apagões de ordem generalizada apesar das justificativas serem, sempre, culpando o além ou falhas do sistema. Um jornalista como ministro não se pode esperar nada melhor do que um engenheiro qualificado.


Enfim...




Falta examinar alternativas a Belo Monte
O Globo  

A usina de Belo Monte, que aproveitará um desnível de quase 90 metros na chamada volta do Rio Xingu, é um projeto mal compreendido. Por se situar na Amazônia, em região com sérios problemas sociais e ocupação econômica geralmente sem preocupação ambiental, a hidrelétrica é alvo de críticas, muitas vezes exorbitantes e infundadas, como as que a classificam como um desastre ecológico. 

Conciliar desenvolvimento e preservação do ambiente é um desafio que o setor elétrico tem enfrentado com êxito no Brasil, nas duas últimas décadas. No lugar de imensas áreas inundadas, as usinas vêm sendo construídas a fio d"água, aproveitando praticamente a vazão natural dos rios. Sem reservatórios (a não ser aqueles indispensáveis, decorrentes da construção de barragens), a expansão do setor elétrico passou a ser mais dependente do regime de chuvas, o que, por sua vez, exige uma complementaridade de termelétricas (com energia gerada quase sempre pela queima de combustíveis fósseis e que aumentam a emissão de gases que contribuem para o chamado efeito estufa). 

Mas este é o preço a pagar para que se consiga continuar a construir hidrelétricas, aproveitando-se o ainda significativo potencial existente no país. 

Cada hidrelétrica construída nessas condições, com o menor impacto possível sobre o meio ambiente, ajuda a limpar a matriz energética brasileira e representa uma contribuição no esforço mundial para se conter o aquecimento global. 

Embora tão criticado, o projeto de Belo Monte contempla essa experiência acumulada.Várias modificações foram feitas no projeto original e o resultado é que a usina terá uma das mais baixas taxas de área inundável por quilowatt gerado. Como compensação, o consórcio responsável pelo investimento terá de destinar R$3,3 bilhões para iniciativas sociais e ambientais, um valor que a região jamais sonhou. Cidades próximas contarão com sistemas de saneamento básico e muitas famílias deixarão de viver em lugares insalubres. Melhorias de infraestrutura, reflorestamento e estímulos a atividades econômicas autossustentáveis estão previstos. Ou seja, uma região hoje degradada terá com Belo Monte a oportunidade de se recuperar. 

Especificamente no segmento de energia, Belo Monte terá papel fundamental. Será a hidrelétrica de maior potencial do país (mais de 11 mil megawatts) e, em termos médios, adicionará o correspondente a três usinas nucleares do tamanho de Angra 2. No período de maior vazão do Rio Xingu, Belo Monte permitirá que as hidrelétricas do Nordeste (cujo subsistema se interliga ao do Norte) poupem seus reservatórios, propiciando melhor aproveitamento ao longo do ano. 

Pergunta-se aos críticos extremados de Belo Monte que alternativa eles propõem. Não aumentar a capacidade de geração de energia hidráulica, uma fonte renovável, no país? Ampliar a fatia das termelétricas, mais caras e também mais poluentes? Sem respostas a essas perguntas, a discussão é simplesmente estéril.
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