Amigos, um tema sério, maiúsculo que precisa ser bem conduzido junto à sociedade.
Este não pode ser delegado a representantes que se ocupam da partilha de cadinhos ministeriais que dê fartos recursos a seus partidos.
Ou a sociedade se engaja e acompanha ou teremos sérios problemas em médio prazo.
Os investimentos em infra-estrutura urbana não contemplam amplamente as demandas da terceira idade.
Há que se preparar as cidades para a locomoção segura e confortável desse segmento social.
O ALERTA DO CENSO
ZERO HORA (RS)
As primeiras informações do Censo 2010, divulgadas pelo IBGE, são mais do que um retrato demográfico estático do país hoje. A partir dos dados levantados este ano e da análise da evolução da população nas últimas décadas, o Brasil dispõe de instrumentos para agir preventivamente em várias frentes. Uma delas é a da Previdência Social, cuja gestão vem sendo desafiada pelo sucessivo adiamento de reformas estruturais. Pela projeção da população brasileira, com base nos números apresentados, o próprio IBGE conclui que caminhamos, sem possibilidade de mudança nesse cenário, para o envelhecimento da população.
O fenômeno, enfrentado já na segunda metade do século passado pelas nações desenvolvidas, é decorrência da redução na taxa de fecundidade e do aumento nos índices de longevidade. Pelas estimativas do IBGE, em 40 anos o Brasil terá uma estrutura demográfica semelhante à da França, onde cerca de 20% da população tem idade entre 70 e 74 anos. A França enfrentou, recentemente, fortes reações a mudanças no sistema previdenciário, que aumentou de 60 para 62 anos a idade para a aposentadoria. A medida buscou evitar que a desproporção entre contribuintes, de um lado, e aposentados e pensionistas, de outro, inviabilizasse a previdência. Outros países adotaram ou tentam adotar iniciativas semelhantes, mesmo que com altos custos políticos.
Mesmo que o crescimento da economia tenha propiciado um aumento na formalização de empregos com carteira assinada, o déficit da Previdência este ano deve ficar acima de R$ 45 bilhões. Com base no Censo, o Brasil pode antever a potencialização de problemas que já enfrenta e que vêm sendo tratados com displicência pelo governo e pelos congressistas.
Para um sistema deficitário, com desencontros anuais entre receita e despesa, o horizonte de quatro décadas, que separa os perfis populacionais brasileiro e da França, não é tão amplo como parece. Com um novo governo e uma nova legislatura, o ano de 2011 é o momento propício para iniciativas corajosas, que incluam a questão previdenciária como prioridade, não mais para longos debates, mas para ações concretas e com efeitos duradouros.
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