domingo, 2 de janeiro de 2011

DO OTIMISMO DA POSSE AOS DESAFIOS DO GOVERNO

JORNAL DO BRASIL


É sintomático que o primeiro compromisso do mandato de Dilma Rousseff sejam encontro, ás 09h deste domingo, com o presidente venezuelano Hugo Chávez. Outros chefes de governo e de estado serão recebidos a seguir, mas o enfant terrible do cenário político internacional ganhou a deferência de abrir os trabalhos. 

Dilma foi apresentada por seu principal cabo eleitoral, o agora ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como uma mulher de princípios rígidos. Uma vez no exercício da Presidência da República ela seria coerente com sua história de vida, iniciada em grupos que combateram a ditadura militar e seqüenciada como integrante de gover4nos de orientação esquerdista, como os de Alceu Collares e Olívio Dutra no Rio Grande do Sul, e os do próprio Lula. 

Apesar da figura de retórica da “mão estendida” à oposição, usada no discurso de posse ontem, durante da multidão na Praça dos Três Poderes, não há duvidas de que a nova presidente manterá a política de transferência de renda, seja na forma de benefícios pecuniários ou nos programas sociais, como o Bolsa-Família e o PAC. 

Com uma maioria folgada no Senado Federal e na Câmara, não será difícil para Dilma fazer valerem suas diretrizes, pelo menos no primeiro ano de mandato. A divisão dos 37 ministérios entre os partidos da farta base aliada não deixou dúvidas: lá estão representados desde o PR da Igreja Universal ao PcdoB; do sempre cooptado PMDB ao PSB e ao PP.

Mas os desafios são enormes. Na segurança, há centenas de favelas a livrar do tráfico armado e das milícias, na educação o desafio de educar um povo que passa em media apenas sete anos e meio na sala de aula e do qual apenas 11% conseguiram completar uma faculdade. Na economia, Dilma precisa encontrar a medida exata entre gastos e controle da inflação, sem falar na infraestrutura para a Copa e para a Olimpíada, as relações internacionais, as reformas políticas, tributária e do Código Pena. 

A euforia ainda está no ar rarefeito de Brasília, o otimismo, este parece atávico no povo brasileiro, no entanto há muito trabalho a ser feito pela primeira mulher a conduzir os destinos do Brasil. 

Dilma Rousseff assumirá a presidência em condições mais favoráveis que Lula?

A economia vai bem, mas está precisando de ajustes. Ela dispõe de uma confortável maioria no Congresso, o eu poderá favorecer as reformas políticas tributárias necessárias . Se Lula não atrapalhar, ela fará um bom governo, as condições para ela, no geral, são melhores. 

Lula recebeu um país estabilizado graças ao maior plano econômico feito neste país, chamado Plano Real, o qual fingiu não reconhecer para não ofuscar o seu governo. Teve total condição de fazer um bom governo. Já a presidente Dilma terá grandes problemas causados pelo ex-presidente Lula no que diz respeito ás finanças. Gastaram muito para elege-la, principalmente com marketing, doações, etc. Será difícil este ano que vai se iniciar. É preciso conter o gasto e o consumo para que a inflação não volte e, finalmente, terão que dar muitas explicações ao povo, que eles disseram que está vivendo melhor. 
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