"ELOGIO DA VAGABUNDAGEM" *
Profª Martha de Freitas Azevedo Pannunzio
Eu tenho bronca do presidente, sim. Antes não tinha. Achava-o apenas sujo, mal lavado, ignorante, boçal, troglodita, inconveniente, atrevido, insolente, mentiroso etc. etc. etc., porém eu punha estas arestas na conta e sua biografia e mudava de canal.
Não conseguia compreender como nem por que a CNBB, a OAB e uma parte da imprensa incensavam aquela pessoa e a transformavam num mito. Quando estourou o caso LURIAN eu acrescentei no meu aderninho: irresponsável.
Um dia Leonel Brizola, derrotado no primeiro turno de uma eleição presidencial, em face da ameaça da eleição de Collor, preconizou o voto útil e mandou que a militância do PDT tapasse o nariz e votasse no sapo barbudo. Eu era presidente do PDT de Uberlândia e admirava Brizola, mas não consegui atender ao seu pedido. A caricatura do sapo barbudo ficou para sempre desenhada no seu portfólio político. Indelével.
Num País de grandes oradores políticos, aquele exaltado cidadão era apenas um ator da comédia bufa que sabia de cor duas ou três frases de efeito. A informação “aposentado por invalidez” por causa do dedo mindinho sempre me pareceu intriga da direita e eu nunca a apurei. Apenas anotei no meu caderninho, mais uma vez, o fato curioso de ele estar sempre desocupado. Eu havia repassado 300 alunos por dia, dobrando turno na escola estadual de MG, durante 32 anos, para chegar a uma aposentadoria menor do que um salário mínimo. De onde saíra aquele Messias fabricado?
O tempo não só confirmou o que eu pensava como, infelizmente, acrescentou outras considerações desabonadoras. Investido do cargo e dos poderes inerentes e decorrentes do cargo, ele botou as unhas de fora e se revelou por inteiro. Lerdo, esquecido, cego, mudo, mal acompanhado, arrogante, intrometido, globe-trotter contumaz e exigente, inconveniente, inoportuno, desrespeitoso, metido a engraçado, mal assessorado nos assuntos internos e externos, ele foi dizendo patacoadas que caíram na alma da gigantesca camada de brasileiros e brasileiras pobres de grana e pobres de espírito. Estes cidadãos, das camadas de E a Z, se contentaram com cestas, bolsas, vales, tíquetes, esmolas, enfeitadas com bandeiras, marchas messiânicas, quebra-quebra, invasões, saques, desordem generalizada. O cargo lhe deu imunidade e impunidade e ele, generoso, repassou estes benefícios aos desordeiros e aos amigos mais próximos.
Estamos vivendo tempos modernos, preocupantes. Nos últimos cinco anos eu, que não sou ninguém no contexto nacional, viúva, acumulo treze BOs (Boletins de Ocorrência Policial) com registro de assaltos a mão armada e grandes prejuízos materiais na minha pequena fazenda em Uberlândia, onde resido. Pago/jogo fora, mais de 50% do movimento da minha atividade, para cumprir as exigências da escorchante carga tributária do atual governo. Eu era classe média, agora não sei mais o que sou. E, o que é pior, não tenho sossego para viver nem trabalhar. Nem eu nem meus companheiros de atividade agropecuária. Em nome da reforma agrária, uma grande baderna tomou conta da zona rural e ensejou a formação de gangues intocáveis, mantidas com rubricas polpudas de dinheiro público. O documento cartorial de propriedade privada perdeu a validade. O governo inventou índices inatingíveis de produtividade para configurar a improdutividade da terra e justificar o vandalismo dos seus apaniguados. E deixou a abóbora alastrar.
A corte da saparia coacha alto, voa pelo mundo numa suntuosa aeronave presidencial, mete a colher de pau onde não foi chamada, conta piada, faz sucesso no exterior, entretanto não sabe qual é o estoque regulador de alimentos de que dispomos. Não é capaz de mapear a produção. Não nos garante preço mínimo. Não cuida das estradas nem dos portos e aeroportos e vende mal nossas super safras de tudo, nossos minérios, nossos quilowatts de energia hidrelétrica limpa e não renovável.
Nos últimos anos o Brasil conheceu a desesperadora realidade do desemprego. Chegamos a crescer abaixo de ZERO. Quem estava empregado, caiu na informalidade. As estradas estão repletas de acampamentos de sem-terra. Invadem à-toa, apenas para vender aquele chão que nada lhes custou e depois invadir outra propriedade, para vendê-la também. É a Imobiliária MST-MLST, especialista em assentamento improdutivo, parceira e tutelada pelo INCRA desde a primeira invasão. São párias sociais, abandonados. Sem agrônomos, sem sementes, sem mandalas, sem carteira assinada, sem financiamento, vivendo de bicos e de pequenos delitos na vizinhança. Nas horas vagas engrossando o contingente de invasores em novas propriedades. Eu nunca ouvi o presidente dizer uma palavra a respeito desta conflagração nacional.
Neste momento a carteira de trabalho se tornou dispensável no Brasil, sabe por quê? Porque o emprego estável prejudica o recebimento da bolsa-esmola. O presidente milagroso catapultou 34 milhões (?) de miseráveis e, com dez quilos de arroz e um quilo de fubá, os instalou na classe média. Agora a candidata chapa-branca promete erradicar o restante da pobreza em quatro anos. É um delírio!
São oito anos de caos moral e ético no País. Nada completamente novo, que o Brasil nunca tivesse praticado. Aliás, nossa história política tem raros momentos de decência e escassos cidadãos ilibados. O fato novo é a escancarada intervenção do presidente em defesa de sua gangue, vociferando contra a imprensa, a justiça, o congresso, a Constituição, a sociedade civil organizada. E agora, no apagar das luzes, ei-lo travestido de garoto-propaganda em tempo integral, usando com naturalidade todos os mecanismos do governo para empurrar goela abaixo uma candidata que não tem
luz própria, nem é petista, que ouviu a galinha cantar, mas não sabe cadê o ovo. Uma gordinha inimiga das instituições desde quando era de-menor. Bonitinha, é verdade, mas beleza não põe mesa.
luz própria, nem é petista, que ouviu a galinha cantar, mas não sabe cadê o ovo. Uma gordinha inimiga das instituições desde quando era de-menor. Bonitinha, é verdade, mas beleza não põe mesa.
Uma campanha messiânica começa a rotular a pupila do Sr. Presidente com o codinome de MÃE. Aí já é demais! O desconfiômetro deles pulou a janela e virou a esquina. Nem daqui a 50 anos o Brasil conseguirá limpar da alma do nosso povo esta nódoa maligna de conformismo raivoso e vingativo que o sapo barbudo impingiu na alma das camadas E a Z. Alguém deles leu O PRÍNCIPE, de Maquiavel. Com certeza.
Antes havia pobres por aqui. Milhares. Miseráveis. Porém eles aspiravam a uma superação pessoal. Hoje eles se acomodaram, cruzaram os braços. Esperam que tudo lhes caia do céu. As cotas universitárias revitalizaram o apartheid. Ao invés de injetar recurso no ensino público, a máquina de sedução que vira voto criou o PRO UNI e fez proliferar as faculdades medíocres. Num país sem planejamento familiar, a juventude superlota os presídios. A guerra fratricida faz trincheira em cada esquina. A classe A levanta as muralhas de seus condomínios fechados. A classe média paga imposto deduzido na fonte, tem plano de saúde e previdência privada. Viver ficou perigoso demais. Caro demais. O resto são 70% de brasileiros e brasileiras ingênuos que caíram no mais moderno conto do vigário: o do marketing político institucional. A estes lhes bastam, hoje, como na Roma Antiga, migalhas de pão e algum futebol, já que o circo também morreu.
Brizola jamais poderia suspeitar que ele faria do caçador de marajás seu líder no senado. Que o tesouro nacional acumularia montanhas de dólares obtidos de alíquotas e das taxas de juros mais altas do mundo. Que a rede bancária nacional e internacional iria ao paraíso. Que a poupança renderia 0,65% e os cartões de crédito chegariam a cobrar 12% ao mês, capitalizados, claro, o que dá nada menos de 389,59% ao ano... Quanto menor a renda do financiado, maior o percentual de juros cobrado. O acesso da classe mais baixa ao crédito, portanto, só fez por aumentar os lucros fabulosos das financeiras, administradoras de crédito e demais sócios do clube da agiotagem consentida pelo poderoso goiano Meireles e seu Banco Central.
Cinqüenta anos para consertar esta mentira política talvez não sejam suficientes. Por tudo isto é que no dia 31 de outubro temos que comparecer em nossa seção eleitoral e dizer um rotundo NÃO ao sapo barbudo. Se não for para ganhar a eleição, que seja para saber com certeza quantos somos nós, que não perdemos a lucidez nem caímos no conto do vigário apregoado por um sapo que virou príncipe e que, de dentro do seu palácio e da sua nave espacial ultra sofisticada, fez, despudoradamente, dia após dia, durante oito anos, o ELOGIO DA VAGABUNDAGEM.
* Profª Martha de Freitas Azevedo Pannunzio – CPF 394172806-78 - Uberlândia, mãe de Fabio Pannunzio, repórter da BAND - 30/Set/2010
Grato Prof M José.
Tenho procurado escutar e ler mais do que julgar e escolher quando o assunto se refere aos nossos presidenciáveis. E, de fato, alguns pontos trazidos pela autora são indiscutíveis, como os meios utilizados por nosso presidente para "tirar da miséria" boa parte dos paupérrimos. Dar uns trocados em troca de uma "presença ausente" dos nossos jovens em cadeiras escolares, que assistem a aulas fracas, com baixa exigência de resultados e medidas semelhantes, não são mesmo a solução para os nossos problemas. Mas fica uma pergunta no ar: quem pode fazer melhor e o QUE fazer? Críticas são excelentes, desde que tenham uma solução como fundo. Esses gestos não poderiam ser vistos como um começo? Nem sempre se acerta sem antes errar. Mas há uma tentativa.
ResponderExcluirNão gosto da Dilma, mas não suporto o Serra e a forma como ele está enganando a população por meio da "compra" de votos ao falar do valor do salario mínimo e afins. E o mais impressionante é que aqueles pobres, que foram assistidos por Lula, hoje acreditam em Serra! Um contracenso absurdo.
Pra mim, que possuo nível superior e algum discernimento, não voto no Serra, mas também não acredito em Dilma, que com sua apatia (ou poderia ser antipatia?) conquista mais votos calada. Sei que o cenário está preocupante e o que me resta é pensar de forma egoísta. Qual dos dois pode me ser mais útil? Qual pode contribuir para que se mantenha um alto número de concursos públicos em aberto? Quem tem um pensamento mais liberal em relação à religião e à descriminalização do aborto?
Dilma, com pesar.
Perfeito o texto. Sem mais.
ResponderExcluirPERGUNTA É A SEGUINTE:
ResponderExcluirNo caso da Srª Dilma ser eleita Presidente do Brasil, quem será a pessoa que irá aos Estados Unidos para a fala habitual na Assembléia Geral da ONU, ou para discutir com o presidente americano sobre questões de comércio, por exemplo?
Resp.: A Presidente não irá, com 100% de certeza.
Então, repete-se a pergunta: Quem irá aos Estados Unidos no lugar dela?
Bem, você deve estar intrigado com esta pergunta meio sem sentido, não é?
Aqui vai a explicação:
Dilma Roussef foi condenada nos Estados Unidos pelo seqüestro do embaixador norte-americano, na década de 60 (Charles Elbrick) remember ?
Juntamente com outras pessoas, tais como; Fernando Gabeira.
A pena é bem grande e não há como pensar em liberdade condicional.
Lá o crime não prescreve !
A questão secundária é que isto vale para outros 11 países.
Muitos governantes de países periféricos já foram apanhados nesta armadilha e a maioria perdeu o cargo que ocupava, para satisfação da oposição local.
Nós temos uma solução ideal para resolver esta questão: Não elegê-la presidente! Desta maneira ela poderá escolher lugares muito confortáveis para viver o resto da vida como por exemplo, Havana em Cuba, ou La Paz na Bolívia, o que resolverá vários problemas: os dela e os nossos.
Portanto, pare de imaginar que é implicância quando coloca-se na Internet a folha corrida policial desta senhora, cheia de crimes. Esqueça estes documentos e (se for o seu caso) continue com a sua fé inabalável nas qualidades desta mulher, legítima porta-voz do Sr. Lula da Silva.
Mas....... se eu fosse você, começava a me preocupar com esta possibilidade. Já pensou se ela resolve fazer uma visitinha àquele cara simpático e ultra democrático da Venezuela, o Huguinho Chávez e, de repente, uma tempestade no Caribe obriga o avião a descer em Miami, que fica ali perto.
Imagine a encrenca monumental que nem o presidente americano vai poder desfazer?
Bem... talvez você seja um sábio e tenha uma boa idéia para resolver a situação. Por isto volto a perguntar:
Quem vai representar o Brasil nas viagens internacionais aos Estados Unidos e aos 11 países onde ela pode ser presa no próprio aeroporto onde desembarcar?
TENHO CERTEZA ABSOLUTA QUE ESTA, VOCE DESCONHECIA !
P.S. - Só fico intrigado com uma coisa !
PORQUE A IMPRENSA NÃO DIVULGA ISSO PARA TODOS OS BRASILEIROS