quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Redes sociais dominam mercados online dos países emergentes

Redes sociais dominam mercados online dos países emergentes

Tim Bradshaw - Financial Times


Os dois marcos alcançados pelo Facebook neste ano – chegando aos 500 milhões de usuários ativos e superando o tráfego do Google nos Estados Unidos – ilustraram bem a importância das redes sociais para a evolução da Web.
No entanto, o entusiasmo com que as pessoas em outros países não situados na Europa ou nos Estados Unidos estão aderindo às redes sociais tem superado as expectativas de muitos observadores.
Sete dos dez países que possuem os usuários da Internet “mais altamente engajados” ficam no Oriente Médio e na África, juntamente com a China, a Índia e a Malásia, segundo um estudo abrangente feito pela TNS, a organização de pesquisa da WPP.
À medida que a acessibilidade à Internet se torna mais abrangente em todo o mundo, especialmente por meio de telefones celulares, muita gente nesses mercados de rápido crescimento está deixando de lado aquelas formas de comunicação digital que são mais populares nos Estados Unidos e na Europa, como e-mails e websites estáticos.
Em vez disso, os chineses, os brasileiros e os indianos estão recorrendo mais a serviços como mensagem instantânea, mídia social e blogs para manter contatos com amigos e inteirarem-se das notícias, conforme revelou a pesquisa “Digital Life” (“Vida Digital”), da TNS, feita com quase 50 mil pessoas.
Isso cria um ambiente de mídia bem diferente para os profissionais de publicidade e propaganda que estão acostumados com a televisão, os jornais e os portais tradicionais da Web. Muitos desses profissionais nos Estados Unidos estão ainda encontrando dificuldades para entender o Facebook e o Twitter.
“Devido às diferentes histórias da Internet em diversas partes do mundo, a interação com a Web, dependendo do país, é muito diferente, e continuará sendo”, afirma Matthew Froggatt, diretor de desenvolvimento da TNS. “As vidas que as pessoas levam no ciberespaço é bastante complexa e fragmentada – as rotas para a aquisição de mercadorias e serviços podem ser radicalmente diferentes”.
Até mesmo dentro dos mercados de rápido crescimento, as atitudes em relação às propagandas e às marcas apresentadas online podem variar bastante, segundo descobriu a TNS. Na China, por exemplo, apenas 9% das pessoas entrevistadas disseram achar que as propagandas de produtos nas redes sociais são intrusivas, e 48% afirmaram que procuram ativamente essas marcas. Pelo menos na Web, o apetite dos chineses por marcas comerciais supera em muito o dos consumidores europeus e norte-americanos.
No entanto, os usuários da Web indianos resistem bastante à publicidade online. Apenas 4% deles procuram produtos nas redes sociais, e 69% afirmaram achar que propagandas desses produtos nessas redes são intrusivas. Apesar – ou talvez por causa – da quantidade de publicidade na televisão e nas ruas, os jovens consumidores veem a Internet como um espaço bem mais pessoal.
Mas a China adota uma abordagem mais privada do que os outros países em relação às redes sociais.
Mais de 70% dos chineses utilizam os serviços de mensagens instantâneas, como o Tencent QQ, embora o usuário chinês tenha em média 68 amigos na Internet, um número bastante inferior à média global.
Os brasileiros estão no topo da lista de maiores usuários das redes sociais, com metade dos usuários enviando mensagens para sites como o Facebook e o Orkut do Google. Os brasileiros também estão também entre os que possuem o maior número de amigos nas redes sociais, cerca de 231, logo atrás dos malasianos, com 233, enquanto que os japoneses, os tanzanianos e os sul-coreanos têm o menor número de amigos por usuário, com 29, 38 e 50, respectivamente.
Os russos são os mais ativos no uso dos serviços de micro-blogging, como o Twitter, que é usado por 32% da população online, enquanto que os chineses passam a maior parte do tempo lendo as mensagens curtas de outras pessoas.
Muitas marcas famosas, incluindo a Coca-Cola e a Starbucks, já estão tentando explorar toda essa atividade, usando o Facebook como o principal canal para fazerem contato com os consumidores.
Estimulados pela grande utilização das redes sociais, companhias de produtos de consumo como a Unilever e a Procter & Gamble estão aumentando a sua parcela de orçamento para a publicidade online, chegando até a vender produtos como fraldas e xampus diretamente no Facebook.
A pesquisa sobre a atitude dos consumidores em relação ao Facebook, realizada pela OpinionWay para a agência de publicidade DDB, revelou que as marcas de mídia e entretenimento são as que contam com as páginas mais populares no site, seguida pelas instituições filantrópicas e de defesa de causas sociais, e pelas marcas de moda e de produtos de luxo.
Muitas das propagandas no Facebook encorajam os usuários a “gostar” de um determinado produto ou marca, o que significa optar por receber novidades sobre eles em seus Web feeds.
A pesquisa da DBB, feita com 1.642 consumidores em seis países, revelou que as pessoas “gostam” em média de nove marcas. O principal motivo para que eles façam isso é o recebimento de promoções, conteúdos exclusivos e novidades sobre produtos novos, descobriu a DBB, enquanto que muitos simplesmente desejam compartilhar com os amigos os produtos e serviços dos quais gostam.

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